
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores a B3, iniciou a sessão desta terça-feira (15) com fortes ganhos, enquanto a guerra comercial cede espaço no ambiente doméstico para a política econômica do governo Lula. Isso porque os investidores devem acompanhar a entrega do orçamento ao Congresso em meio à crescente pressão fiscal.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o índice apresentava um salto de 1,39%, aos 129.453 pontos.
O dólar comercial seguia o mesmo sentido do Ibovespa, embora com menos fôlego, ao passo em que avançava 0,12%, cotado a R$ 5,86.
Orçamento de 2026 chega ao Congresso com pressão fiscal crescente
O governo Lula entrega, nesta terça-feira (15), ao Congresso a proposta orçamentária para 2026, sob o peso de uma meta de superávit primário de 0,25% e de uma fatura bilionária com precatórios.
Segundo estimativas iniciais da equipe econômica, o montante reservado para o pagamento de sentenças judiciais pode chegar a R$ 115 bilhões no próximo ano — valor que, embora ainda não oficial, já preocupa e foi antecipado pela Folha de S.Paulo e confirmado pelo Valor Econômico. A projeção final será conhecida apenas no fim deste mês.
O tema volta a dominar as discussões fiscais com força total, especialmente porque, a partir de 2027, os precatórios voltarão a ser contabilizados integralmente como despesa primária — um desafio adicional para o equilíbrio das contas públicas.
Para este ano, já está previsto o pagamento de R$ 102,3 bilhões em decisões judiciais, incluindo precatórios e requisições de pequeno valor. Desse total, R$ 52,7 bilhões ficaram fora do teto de gastos e da meta fiscal, por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Trump volta a influenciar mercados com fala sobre tarifas
Trump volta a influenciar o Ibovespa e bolsas externas com fala sobre tarifas. Enquanto isso, a terça-feira (15) traz uma agenda econômica mais leve no Brasil, embora o noticiário internacional mantenha o clima de expectativa nos mercados.
Como de costume, Donald Trump segue sendo uma das principais fontes de instabilidade — e, curiosamente, também de otimismo. Após sinalizar uma trégua tarifária sobre eletrônicos, o ex-presidente dos EUA afirmou agora que cogita isenções temporárias à tarifa de 25% sobre a importação de veículos, o que o mercado leu como uma abertura para negociações mais flexíveis.
EUA
Os futuros das bolsas americanas apontam para uma abertura positiva nesta terça-feira (15), com os investidores reagindo bem à possibilidade de suspensão das tarifas sobre automóveis — um movimento que alimenta o apetite por risco, especialmente às vésperas de uma nova leva de balanços corporativos.
Entre os destaques do dia, estão os resultados trimestrais de Johnson & Johnson, Bank of America, Citigroup e United Airlines.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,78%
S&P 500 Futuro: +0,79%
Nasdaq Futuro: +0,64%
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 03h00 – Alemanha: Índice de Preços por Atacado de março
▪️ 03h45 – França: IPC de março
▪️ 05h00 – Relatório Mensal da Agência Internacional de Energia
▪️ 06h00 – Alemanha: Índice ZEW de Condições Atuais de abril
▪️ 06h00 – Zona do Euro: Produção Industrial mensal de fevereiro
▪️ 06h00 – Zona do Euro: Percepção Econômica ZEW de abril
▪️ 08h00 – FGV: IGP-10 de abril
▪️ 09h30 – EUA: Índice Empire State de Atividade Industrial de abril
▪️ 23h00 – China: PIB do 1TRI e Produção Industrial e Vendas no Varejo de março
Eventos
▪️ 09h00 – BC: Galípolo se reúne com o CEO Global do Nubank, David Vélez, o CRO, Henrique Fragelli, a CEO Brasil, Lívia Chanes, e o diretor de políticas públicas, Eduardo Lopes
▪️ 13h30 – BC: Galípolose reúne com a presidente global do Santander, Ana Botín, e o CEO do Santander Brasil, Mário Leão
▪️ 20h10 – EUA: Diretora do Fed Lisa Cook discursa