
O governo Trump congelou US$ 2,2 bilhões em subsídios federais destinados à Universidade de Harvard, após a instituição rejeitar uma série de exigências do Executivo.
A medida intensifica o embate entre a Casa Branca e universidades de elite, marcando um novo capítulo na ofensiva federal contra o antissemitismo em campi norte-americanos.
Conflito entre governo e autonomia universitária
Uma declaração pública do presidente interino de Harvard, Alan Garber, motivou a decisão, ao afirmar que a universidade não abrirá mão de sua independência nem de seus direitos constitucionais.
Segundo ele, as exigências da administração Trump violam princípios fundamentais da liberdade acadêmica.
Entre as condições impostas estavam o fim dos programas de diversidade, equidade e inclusão, mudanças nos processos de admissão e contratação, além da reestruturação da governança universitária.
Também foi solicitada a limitação da influência de estudantes, professores e administradores com opiniões ideológicas específicas.
Força-tarefa federal mira universidades
Em fevereiro, o governo Trump criou uma força-tarefa interagências com o objetivo de “erradicar o antissemitismo”.
A princípio, a iniciativa prevê visitas a dez universidades, entre elas Harvard e Columbia.
Essa movimentação ocorre após protestos estudantis pró-Palestina, intensificados desde então, em resposta aos ataques do Hamas a Israel, em outubro de 2023.
A carta da força-tarefa enviada na segunda-feira criticou duramente a postura de Harvard, afirmando que a universidade representa uma “mentalidade de direito endêmica”.
Além disso, afirma que Harvard ignora responsabilidades legais mesmo com alto recebimento de verbas públicas.
Harvard mantém posição firme
Apesar das ameaças financeiras, Harvard sustenta que a maioria das exigências do governo representa interferência direta nas condições intelectuais da instituição.
Nesse contexto, em carta enviada a agências federais, os advogados da universidade afirmaram que nenhuma instituição privada pode aceitar controle governamental sobre seus valores e práticas internas.
Enquanto isso, Columbia cedeu a parte das pressões; por outro lado, Harvard escolheu resistir.
Dessa forma, o embate entre liberdade acadêmica e políticas públicas segue como um tema central no cenário educacional dos Estados Unidos.