
A disputa entre Petrobras (PETR4) e a Gerdau (GGBR4) deve atrasar em pelo menos um ano a conclusão do primeiro desmantelamento de uma plataforma de petróleo feito no Brasil. As informações foram obtidas pela Reuters por meio de fontes próximas ao tema, que não quiseram se identificar.
Um líder sindical local destacou os desafios que o país enfrenta para começar a capitalizar uma expressiva demanda que virá pelo serviço.
O navio P-32, de cerca de 45 mil toneladas, foi vendido em 2023 pela Petrobras para a Gerdau, que contratou o Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, no Rio Grande do Sul, para realizar o desmantelamento e destinar a embarcação como sucata metálica para produção de aço em sua unidade de Charqueadas (RS).
Contudo, a descoberta de 30 milhões de litros de água oleosa e 270 mil litros de óleo diesel marítimo no interior da embarcação — já no estaleiro — paralisou o trabalho por cerca de um ano, enquanto as duas gigantes do petróleo e do aço discutiam de quem seria a responsabilidade por pagar pela limpeza do navio, conforme apontou o Investing.
A embarcação chegou ao estaleiro em dezembro de 2023 e tinha previsão de ser desmantelada em aproximadamente 12 meses, mas só em março passado os trabalhos começaram, afirmaram o sindicalista e outra fonte. Eles pontuaram que a previsão agora é de que a conclusão do desmonte ocorra no fim deste ano ou início do próximo.
Petrobras: queda do Brent assusta, mas projetos são resilientes
A diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos, relatou que os projetos da estatal são resilientes a cenários de volatilidade no petróleo Brent, valor de referência para a matéria prima. “Nossos projetos são resilientes a cotação de até US$ 28 por barril”, afirmou.
Em evento na FGV (Fundação Getúlio Vargas) a diretora lembrou que é normal haver períodos de instabilidade nas cotações da comodity e que a empresa não tem feito adaptações em projetos devido a oscilação. “A crise não é exceção, é regra. Temos alguns momentos de calma entre elas”, disse a executiva em palestra.
Quanto a expectativas sobre a liberação de licença ambiental para exploração de petróleo na foz do Amazonas, Anjos assegurou a execução da atividade de forma segura. No sábado (5) a Petrobras informou que concluiu a construção do cento de fauna no Oiapoque (AP) e recebeu uma carta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá para licença da operação.