
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (15) com baixa de 0,16%, aos 129.245 pontos. O dólar comercial subiu 0,67%, a R$ 5,89.
Sem mais surpresas vindas dos EUA sobre o tarifaço de Trump, e ainda novos aguardando os desdobramentos da guerra comercial entre Washington e Pequim, o mercado esteve mais cauteloso, mas o Ibovespa operou com alta moderada.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,50%, a US$ 100,14.
Além das água ter “acentado” ligeiramente pelo lado de Donald Trump e Xi Jinping, a agenda econômica também não teve divulgação de dados relevantes no Brasil, EUA ou China. Com isso, os holofotes estiveram mais ligados a pequenos movimentos que podem gerar impactos à empresas cotadas no Ibovespa.
Entre eles, o fato da China ter cancelado a entrega de um carregamento de aviões da fabricante norte-americana Boeing, o que deu impulso ainda maior às ações da Embraer (EMBR3).
Especialistas acreditam que a decisão é mais um capítulo da guerra comercial e que pode abrir mais um mercado para o Brasil.
“A tensão entre EUA e China volta ser um fator de risco na sessão de hoje após Trump acusar Pequim de descumprir acordos com agricultores e com a Boeing, levando o governo chinês a suspender entregas da fabricante americana”. afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Na avaliação de Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, o mercado esteve ruim neste pregão, devido a uma insegurança geral. “As pessoas não vão para a Bolsa, ficam completamente inseguras. Primeiro, com medo de uma recessão, de uma desaceleração, de alguma coisa pior. Isso tudo gera muita incerteza”, afirmou.
Além disso, o setor de frigoríficos também recebeu mais atenção no decorrer do pregão, após a notícias de que o governo de Trump pretende fazer uma inspeção presencial nas empresas brasileiras habilitadas a exportar carne bovina e suína para os EUA.
O objetivo da visita é avaliar as condições sanitárias e de infraestrutura das unidades. Uma reunião virtual para apresentação das conclusões está marcada para 22 de maio, segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”. A auditoria deve ocorrer no início de maio.
Paralelamente, na economia interna, os investidores também estão atentos ao que o Governo Lula deve propor no PLO (Projeto de Lei Orçamentária) de 2026, e seguem na expectativa com o cumprimento das metas do novo arcabouço fiscal.
A Marcopolo (POMO4) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 6,87%. Logo atrás, Raia Drogasil (RADL3) e CCR (CCRO3) registraram altas de 6,34% e 4,69%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas, caindo 7,72%. Em seguida, vieram São Martinho (SMTO3) e GPA (PCAR3), com perdas de 7,03% e 6,57%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) recuam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,85% e 2,36%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,34%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,01%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,12%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 2,50%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,27% e baixa 1,07%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações de 0,08% e desvalorização de 0,08%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,38%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,96%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 11,45%.
Índices do exterior fecharam opostos
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta terça-feira (15). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,43%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,86%. Já o ndice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,63%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,17% e 0,05%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,39%.