Desde sua fundação em 2018, o Stark Bank tem apostado na tecnologia como motor para transformar os serviços financeiros oferecidos a empresas.
Com um DNA fortemente técnico — fruto de uma equipe inicial formada por desenvolvedores ligados ao ITA —, a fintech surgiu para automatizar tarefas operacionais que sobrecarregavam o setor corporativo, como o envio manual de TEDs, antes da chegada do Pix.
“O banco nasceu da necessidade de automatizar serviços financeiros”. Com essa frase, a executiva Auziane Moraes, Líder de Produtos do Stark Bank, resume o início da trajetória da fintech fundada em 2018 por Rafael Stark. A ideia surgiu para resolver tarefas operacionais repetitivas que afligiam empresas, como o envio de TEDs antes da existência do Pix.
“Os primeiros integrantes do time eram desenvolvedores ligados ao ITA, o que trouxe para o banco um DNA tecnológico desde a origem”, afirmou Auziane. Desde o começo, o foco foi exclusivo em empresas, não em pessoas físicas. A proposta era clara: usar tecnologia para oferecer serviços financeiros mais eficientes, com menos atrito e integração simplificada.
Sete anos depois, com mais de 1 bilhão de transações realizadas e R$ 280 bilhões transacionados, a startup sediada em São Paulo avança em uma nova fase.
Open Finance e iniciação de pagamentos estão no centro da estratégia
Entre os movimentos mais recentes do Stark Bank está a entrada no ecossistema do Open Finance com uma licença para atuar como iniciador de pagamento. Na prática, isso permite que empresas ofereçam ao consumidor final uma jornada mais fluida de pagamento via Pix, sem a necessidade de copiar chaves ou navegar por diferentes telas bancárias.
“Hoje, em vez de copiar uma chave Pix, o consumidor apenas autoriza a compra diretamente do seu banco. Isso reduz etapas, aumenta a segurança e melhora a experiência”, explicou a líder de produtos do Stark Bank.
A executiva destacou que atualmente há apenas entre 10 a 15 empresas no Brasil com essa licença concedida pelo Banco Central, o que posiciona o Stark Bank entre os pioneiros.
A instituição também avalia formas de trabalhar com o compartilhamento de dados no Open Finance para empresas. No entanto, a prioridade segue sendo a oferta de soluções voltadas à movimentação de recursos, com foco na eficiência operacional.
Modelo de negócio sem risco de crédito protege em cenários adversos
Em um contexto de juros altos e pressão sobre carteiras de crédito, o Stark Bank afirma não ter sentido impactos diretos relevantes.
“Nosso produto é transacional. Por isso, a gente ajuda o cliente a movimentar dinheiro, não a emprestar”, disse Auziane. Isso torna o modelo mais resiliente a riscos de inadimplência.
Hoje com mais de 800 empresas clientes, o Stark Bank projeta fechar 2025 com 5 mil empresas atendidas. Entre os nomes já consolidados na base estão Ambipar, Simpliq, Buser, Ingressi e Pulse. Além disso, as aplicações vão desde o recebimento de pagamentos em eventos até a gestão de fornecedores complexos.
“A Ambipar (AMBP3), por exemplo, utiliza a nossa solução para recebimento de créditos de carbono. Já a Ingressi nos usa tanto para receber quanto para pagar fornecedores”, explicou Auziane. A diversificação de setores atendidos é um reflexo da versatilidade da solução.
De acordo com a executiva, o banco se manteve por muito tempo em um perfil low profile no mercado. Sendo assim, agora, passa a abrir mais canais de comunicação e captação de clientes, aumentando a visibilidade institucional.
Relacionamento com o regulador e planos futuros
“Para muitos, o regulador é um vilão. Para a gente, é um aliado”. A frase resume a abordagem do Stark Bank diante das exigências do Banco Central.
O processo de obtenção da licença como iniciador de pagamento levou cerca de seis meses e, segundo Auziane, foi facilitado pela representatividade já conquistada no universo do Pix.
Atualmente, o banco possui licenças de Instituição de Pagamento (IP), Sociedade de Crédito Direto (SCD) e iniciador de pagamentos. Há também novos processos regulatórios em andamento, com vistas à expansão da oferta de produtos.
Na agenda futura, está a adesão ao Pix Automático, que deve ser lançado em junho. “Queremos ser um dos primeiros a oferecer isso ao mercado”, afirmou.
Além disso, para estreitar os laços com os clientes, o Stark Bank também aposta em iniciativas presenciais. Uma delas é a campanha que leva clientes para o GP de Fórmula 1 de Mônaco. Em 2024, a experiência incluiu jantares e a presença de Rubens Barrichello. Em 2025, a atração será Galvão Bueno.
“Mais do que assistir à corrida, é uma oportunidade de troca entre clientes e de vivência com a marca”, explicou a líder de produtos do Stark Bank.
Em suma, a integração entre as áreas também é uma diretriz. “A área de tecnologia interage diretamente com a de atendimento ao cliente. Portanto, isso garante agilidade na resolução de problemas e na inovação dos produtos”, afirmou.