
As vendas no Varejo dos EUA cresceram 1,4% em março ante fevereiro totalizando US$734,9 milhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Departamento do Comércio Americano. Na comparação anual, o índice teve alta de 4,6%.
As vendas excluindo automóveis subiram 8,8% em março. O crescimento foi veiculado a preocupação das famílias na compra de carros antes da escalada tarifária pelo presidente Donald Trump. Fevereiro assistiu uma alta não revisada no varejo de 0,2%.
Especialistas esperavam uma alta de 1,3% e foram surpreendidos com uma corrida ainda maior a concessionárias para “tentar vencer as tarifas”. Consumidores americanos também estão estocando outros produtos importados, segundo dados de agência de crédito norte-americanas.
Varejo oculta perda de famílias
Segundo apuração da agência Reuters, os gastos continuam a ser impulsionados por famílias de alta renda, com dificuldade para consumidores de baixa renda. Há menos gastos em serviços, principal motor da economia norte-americana.
A confiança do consumidor está próxima de mínimas de três anos, sendo que as expectativas de inflação para 12 meses são as mais altas desde 1981. O mercado de ações em baixa preocupa famílias de alta renda no país, que começam a retrair o volume de suas carteiras.
As vendas no varejo, excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, aumentaram 0,4% em março, depois de um avanço revisado para cima de 1,3% em fevereiro.
Bancos dos EUA sinalizam riscos para gastos do consumidor
Os gastos dos consumidores norte-americanos têm se beneficiado, até o momento, do forte crescimento dos salários e do baixo desemprego, mas enfrentam enormes riscos, alertaram executivos de bancos, caso a turbulência provocada pela política comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, persista.
Apesar de as tarifas exorbitantes impostas aos parceiros comerciais dos EUA terem gerado receios de aumento de preços, a baixa taxa de desemprego, de 4,2%, e o crescimento anual dos salários, de 3,8% em março, oferecem algum alívio aos consumidores.
“De longe, a variável mais importante é o desemprego. Se o mercado de trabalho continuar muito forte, o crédito ao consumidor provavelmente não terá problemas”, disse Jeremy Barnum, diretor financeiro do JPMorgan (JPMC34), de acordo com o Investing, na semana passada.
Os comentários marcam uma rara nota de otimismo nas últimas semanas, sugerindo que uma recessão pode ser evitada se os gastos dos consumidores permanecerem no nível atual.