
Em avaliação recente sobre o projeto de isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (16) que o texto pode – e será – melhorado. Segundo ele, o governo criou um “constrangimento moral no País” com a proposta.
“Eu acredito que nós criamos um constrangimento moral no País. Olha, o que está sendo dito? O que está errado nesse projeto? A gente está a fim. Dá para melhorar? Claro, óbvio. Você tem uma ideia melhor? Até agora, não apareceu”, disse Haddad, em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil.
“Levamos mais de um ano para fazer esse projeto. Então, tem que dar um tempo para o povo assimilar. Quem sabe aparece uma ideia melhor ainda, ou que aperfeiçoe. E a Fazenda, o Ministério da Fazenda, é o primeiro a se colocar de forma zero arrogante na mesa”, acrescentou Haddad.
Além disso, de acordo com o ministro, o governo quis blindar o projeto de discussões com tom de “fúria arrecadatória”, e que o único fundamento da proposta é buscar justiça social, e não elevar o nível de receitas da União.
“Não queremos arrecadar um centavo a mais, não queremos arrecadar um centavo a menos para não faltar para saúde e educação”, afirmou Haddad.
O ministro também reafirmou que o projeto de ampliação da isenção do IR beneficiará 15 milhões de brasileiros, considerando a isenção de até R$ 5 mil e o desconto parcial para quem ganha na faixa entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.
Haddad também aproveitou para reiterar que a proposta terá um impacto fiscal de R$ 30 bilhões aos cofres públicos, com a proposta de compensação pela taxação de alta renda, medida que vai atingir 141 mil brasileiros.
Haddad cobra agilidade do Congresso na reforma do IR
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (7) ter expectativa de que o Congresso vote a reforma do IR (Imposto de Renda) com a mesma diligência que teve para a aprovação da reforma tributária do consumo.
O ministro reforçou que a proposta não compromete o equilíbrio fiscal e rebateu críticas de que o projeto seria populista. Haddad discursou durante o anúncio da expansão da farmacêutica Novo Nordisk, em Montes Claros (MG).
“A gente espera que o Congresso vote com a mesma diligência com que votou a reforma do consumo. Todos os trabalhadores brasileiros com carteira assinada que ganham até R$ 5 mil ficarão 100% isentos do pagamento do IR. Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil não será isento, mas pagará menos do que paga hoje”, afirmou Fernando Haddad, segundo o “InfoMoney”.
“Esse projeto tem um componente adicional importante: vai cobrar imposto de quem ganha mais de R$ 1 milhão por ano e atualmente não paga nada. Por isso, não compromete o equilíbrio das contas públicas”, destacou.
Ao comentar sobre críticas de que a proposta tem caráter populista, Haddad insistiu que se trata de uma medida justa e fiscalmente responsável.
Em outro momento, o ministro também falou sobre a reforma do consumo, que segundo ele, vai beneficiar tanto o setor produtivo quanto os consumidores.
“O Brasil vai deixar de cobrar imposto sobre investimentos e exportações. E o consumidor será beneficiado com a desoneração de itens essenciais, como a cesta básica e a carne. Isso ajuda a melhorar o poder de compra do trabalhador”, comentou.