Injeção de capital

Minerva (BEEF3): BTG vê valorização de 38% com nova ‘jogada tática’ 

Além disso, o banco seguiu com recomendação neutra para os papéis da Minerva, mesmo com o aumento de capital anunciado recentemente

Foto: Minerva/Divulgação
Foto: Minerva/Divulgação

A Minerva (BEEF3) aprovou a proposta para aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com conclusão prevista para 29 de abril, um movimento classificado pelo BTG Pactual como uma “jogada tática”. O banco elevou o preço-alvo da ação de R$ 9 para R$ 10, com um potencial de valorização de cerca de 38% sobre o último fechamento.

Além disso, o banco seguiu com recomendação neutra para os papéis, acreditando que o negócio terá impulso de uma possível diluição positiva do lucro por ação, um preço de emissão com desconto e o potencial adicional dos bônus de subscrição (warrants). 

Ainda no ano passado, em um relatório enviado em setembro, a equipe do banco apontava para uma incerteza em torno do valor da ação. Isto por conta do alto endividamento, que chegou a representar 85% do valor da Minerva em certo momento deste ano.

Esse fato alerta que até mesmo uma alteração pequena nas expectativas de lucro e fluxo de caixa resultava em uma variação desproporcional no valor justo do patrimônio da Minerva.

“Isso representava um risco excessivo, especialmente em um setor em que câmbio, preços de commodities e acordos comerciais globais aumentam a volatilidade das projeções de lucro”, afirmaram Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabrisa no relatório do BTG, segundo o “Money Times”.

“Embora os riscos de margem ainda persistam, o balanço da Minerva ficará inegavelmente mais sólido após a conclusão do aumento de capital. Estimamos que o patrimônio líquido passará a representar 35% do valor da empresa com base no preço atual da ação”, prosseguiram.

Goldman rebaixa recomendação para Minerva (BEEF3) e ações derretem

As ações da Minerva (BEEF3) tiveram recomendação rebaixada de compra para neutra pelo Goldman Sachs, devido ao equilíbrio na relação de risco e recompensa após o anúncio de aumento de capital na semana passada.

Com a revisão, os papéis da empresa tiveram uma reação expressivamente negativa. Por volta das 15h54 (horário de Brasília), a Minerva despencava mais de 1,46% e liderava as baixas do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (14).

Para os analistas do Goldman Sachs, outros papéis do setor como JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), apresentam menos riscos e maiores recompensas.

As ações da Minerva, segundo o banco norte-americano, tiveram forte alta no acumulado do ano, subindo 37%. Além disso, após o anúncio do aumento de capital as ações subiram mais 8%, tornando o papel mais caro diante dos riscos ainda existentes.

No entanto, a grande preocupação segue sendo a alavancagem da empresa, que pode ser reduzida no curto prazo devido à injeção de capital, mas ainda estará dependente de um fluxo de caixa saudável para não ter problemas.

A expectativa do Goldman Sachs é que a Minerva siga com um balanço operacional apertado, com pressão das dívidas em serviços, que representam risco de execução para a integração das plantas frigoríficas adquiridas da Marfrig.

Conforme a análise do banco, o papel está sendo negociado próximo ao seu nível histórico. O Goldman reafirmou o preço-alvo de R$ 6,95 para a Minerva.