Fed independente

Dólar atinge mínima de três anos em meio a críticas de Trump

O índice DXY, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de pares, caiu 1,2%, alcançando 98,21 as 9:55h (horário de Brasília)

Fonte: Unsplash
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O dólar americano sofreu forte desvalorização nesta segunda-feira (21), atingindo seu menor nível em três anos, após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificar críticas à condução da política monetária pelo Federal Reserve (Fed).

O índice DXY, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de pares, caiu 1,2%, alcançando 98,21 as 9:55h (horário de Brasília). A moeda americana recuou 1,4% frente ao franco suíço e 1,3% em relação ao euro, que superou a marca de US$ 1,15. O dólar também atingiu mínimas de vários meses frente ao iene japonês e à libra esterlina.  

A queda do dólar reflete preocupações dos investidores com a independência do Fed, após Trump sugerir a substituição do presidente da instituição, Jerome Powell, por discordâncias sobre a manutenção das taxas de juros.

A Casa Branca confirmou que estuda bases legais para a possível destituição de Powell, o que gerou temores de interferência política na política monetária.  

Analistas apontam que a instabilidade política nos EUA, aliada às políticas comerciais agressivas do governo Trump, tem aumentado a aversão ao risco e impulsionado ativos considerados mais seguros, como o ouro, que atingiu novo recorde histórico.  

A desvalorização do dólar americano também beneficiou moedas asiáticas, como o iene japonês e o dólar australiano, que registraram ganhos significativos. O yuan chinês também se fortaleceu, mesmo com o Banco Popular da China mantendo as taxas de juros inalteradas.  

Trump ameaça independência do Fed e acende alerta em economistas

A possível reeleição de Donald Trump à presidência dos EUA vem acendendo sinais de alerta entre economistas e analistas globais — e não apenas por causa de sua política comercial agressiva. Desta vez, o foco está no risco à independência do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.

Segundo informações publicadas pela IstoÉ Dinheiro, membros da campanha de Donald Trump já discutem planos para aumentar a influência do Executivo sobre o Fed. A ideia seria dar ao presidente o poder de intervir diretamente na política monetária do país, com impacto direto na definição da taxa de juros e nas estratégias para conter a inflação.