
A guerra tarifária promovida pelos EUA comprometeu a credibilidade do dólar e enfraqueceu o conceito de “excepcionalismo americano”, segundo análise do HSBC. O banco britânico revisou sua perspectiva para a moeda norte-americana, adotando uma visão pessimista de médio prazo.
De acordo com estrategistas do banco, a política comercial dos EUA, marcada por tarifas imprevisíveis e uma abordagem econômica questionável, minou a confiança internacional no dólar. Antes considerado um porto seguro e símbolo de estabilidade, o dólar agora enfrenta incertezas que reduzem sua atratividade.
“Também parece improvável que a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 7 de maio mude o humor do mercado, já que a provável pausa na política está praticamente precificada”, complementa a instituição.
Política interna também afeta o dólar
Além das questões comerciais, a crescente interferência política na política monetária dos EUA também contribui para a desvalorização do dólar. Recentemente, o presidente Donald Trump ameaçou destituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, levantando preocupações sobre a independência do banco central.
O HSBC destaca que, sem uma mudança significativa na abordagem econômica e política dos EUA, o dólar pode continuar a perder relevância nos mercados internacionais.
Segundo os estrategistas, é provável que haja mais mudanças tarifárias, isenções possam expirar e outras podem ser acrescentadas. Também não está claro qual será o resultado das negociações comerciais em andamento e a complexidade que qualquer compromisso em nível nacional poderá ser alterado.
Dólar atinge mínima de três anos em meio a críticas de Trump
O dólar americano sofreu forte desvalorização nesta segunda-feira (21), atingindo seu menor nível em três anos, após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificar críticas à condução da política monetária pelo Federal Reserve (Fed).
O índice DXY, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de pares, caiu 1,2%, alcançando 98,21 as 9:55h (horário de Brasília). A moeda americana recuou 1,4% frente ao franco suíço e 1,3% em relação ao euro, que superou a marca de US$ 1,15. O dólar também atingiu mínimas de vários meses frente ao iene japonês e à libra esterlina.
A queda do dólar reflete preocupações dos investidores com a independência do Fed, após Trump sugerir a substituição do presidente da instituição, Jerome Powell, por discordâncias sobre a manutenção das taxas de juros.