Os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,1 bilhão do mercado secundário da B3 — que envolve negociações de ações já emitidas — na quarta-feira (16), mesma sessão em que o Ibovespa recuou 0,72%.
Com esse movimento, os investidores internacionais passaram a registrar o primeiro saldo negativo acumulado no ano, com um déficit de R$ 243 milhões. Somente em abril, as saídas somam expressivos R$ 10,8 bilhões.
Na contramão, os investidores institucionais, como fundos e gestoras, injetaram R$ 564,1 milhões no pregão do mesmo dia. Apesar do aporte reforçar o superávit de abril, que já alcança R$ 5,6 bilhões, o acumulado de 2025 ainda mostra um saldo negativo de R$ 4,6 bilhões para esse grupo.
Já os investidores pessoa física adicionaram R$ 113,3 milhões ao mercado na quarta, ampliando o saldo positivo de abril para R$ 3,3 bilhões. No acumulado do ano, o resultado da categoria está no azul, com R$ 4,7 bilhões.
Governo vai lançar programa para facilitar investimento estrangeiro
O governo planeja lançar, em 2026, um programa para simplificar e desburocratizar os investimentos estrangeiros diretos no Brasil, segundo informações da “Folha”. O programa vai se chamar Janela Única de Investimentos.
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A iniciativa veio da constatação de que o investidor estrangeiro acha difícil ter acesso a informações e atender exigências para investir em iniciativas reais do país. Dessa forma, o governo está trabalhando na criação de uma plataforma para consultar informações e unificar os processos exigidos.
O secretário-executivo do Mdic (Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Márcio Elias, disse à “Folha” que o programa vai ter uma plataforma similar à do Portal Único do Comércio Exterior, site lançado em 2014 que centraliza o pedido e autorizações e licenças para importar e exportar.
Outro sistema que vai ser usado como inspiração para a Janela Única de Investimentos é a “Ventanilla Única para Inversionistas”, do México. A plataforma possibilita trâmites unificados por setor econômico ou por unidade federativa.
O coordenador-geral da subsecretaria de Investimentos Estrangeiros do Mdic, Renato Rezende, disse à “Folha” que a plataforma gerou crescimento dos aportes internacionais no México.
