
A Polícia Civil de São Paulo realizou nesta quarta-feira (23) uma operação que teve como alvo membros da família controladora do Banco Pine. A ação inclui mandados de busca e apreensão contra o banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro e seus irmãos, que estão sendo investigados por envolvimento em supostos esquemas de desvio de dinheiro. A Justiça autorizou o bloqueio de bens dos investigados até o limite de R$ 500 milhões.
Entre os alvos estão os endereços de Nelson Pinheiro, Noberto Nogueira Pinheiro (controlador do Banco Pine) e Jaime Nogueira Pinheiro Filho. Os três são sócios da MRCP Participações S/A, e a investigação se concentra em fraudes financeiras e movimentações suspeitas de recursos.
Batizada de operação “Floresta Devastada”, a ação foi deflagrada em nove endereços de São Paulo. O inquérito em curso é um desdobramento de investigações iniciadas ainda em 2016, no contexto da Lava-Jato.
Ao BP Money, a assessoria do empresário Noberto Pinheiro esclareceu o envolvimento do mesmo nas investigações da Polícia Civil. Confira na íntegra:
“Desde 2005, quando Nelson Pinheiro encerrou sua participação como sócio minoritário do Banco Pine, a instituição não mantém qualquer vínculo com o empresário ou com suas atividades. A menção de Noberto Pinheiro na operação ocorre pela participação minoritária em uma holding patrimonial familiar constituída pela matriarca da família para fins de planejamento sucessório, da qual Nelson faz parte juntamente os demais herdeiros. Noberto Pinheiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.”
Investigação envolve histórico com o FPB Bank e offshores
A origem do caso remonta à Operação Lava-Jato, que identificou um suposto esquema internacional de lavagem de dinheiro envolvendo o FPB Bank, banco panamenho de propriedade de Nelson Pinheiro. Segundo as investigações, o FPB atuava de forma clandestina no Brasil, sendo usado para abrir empresas offshore e movimentar recursos sem regulação.
A atual investigação foi retomada em 2023, após determinação do juiz da 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais de São Paulo. A apuração foca em possíveis fraudes no pedido de recuperação extrajudicial da Brickell Participações, empresa ligada ao grupo familiar.
Histórico no setor financeiro
A família Pinheiro tem longa trajetória no sistema financeiro. Herdaram o banco BMC, vendido ao Bradesco em 2007, enquanto que Nelson Pinheiro mantêm participação em diversas empresas, entre elas a Ducoco e a BRK Financeira — esta última alvo de liquidação extrajudicial pelo Banco Central no ano passado.
As investigações continuam em andamento, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.