O FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou que a dívida pública global se aproximará de 100% do PIB até 2030, uma marca preocupante que traz à tona novos desafios econômicos para os governos ao redor do mundo.
A projeção foi divulgada em um relatório do Monitor Fiscal do FMI, que destaca o impacto das tarifas dos EUA e do crescimento econômico mais lento como fatores determinantes para o aumento da dívida.
O crescimento da dívida pública global
O FMI revelou que a dívida pública global deverá subir para 95,1% do PIB em 2025, e continuará a crescer até 99,6% em 2030.
Esse aumento reflete o impacto de fatores como os pesados empréstimos para a pandemia e os custos adicionais devido à inflação.
O crescimento da dívida é uma preocupação crescente, principalmente quando se leva em conta o cenário de desaceleração econômica global e a incerteza política.
Fatores que contribuem para o aumento
A previsão de aumento da dívida pública global é impulsionada por uma série de fatores.
As tarifas dos EUA, implementadas para proteger a economia, e as contramedidas de outros países elevam os custos comerciais.
Além disso, o aumento nos gastos com defesa, apoio social e serviços de dívida são despesas que pressionam os orçamentos dos governos.
A instabilidade política também tem agravado ainda mais esse cenário, contribuindo para um aumento dos déficits fiscais.
Em um cenário mais adverso, a dívida poderia superar 117% do PIB global até 2027.
Os efeitos nas maiores economias do mundo
As maiores economias do mundo, como os EUA e a China, são as que mais contribuem para o aumento da dívida global.
O FMI indicou que a dívida está crescendo rapidamente em cerca de um terço dos 191 países membros, representando cerca de 80% do PIB global.
A projeção de crescimento para os EUA prevê uma ligeira melhoria nos déficits fiscais nos próximos dois anos, devido ao aumento das tarifas e crescimento contínuo da produção.
No entanto, essa previsão depende da expiração dos cortes de impostos no final deste ano.
Por outro lado, a China enfrenta um cenário desafiador, com déficits fiscais crescentes devido aos estímulos econômicos e ao impacto das tarifas.
Os déficits devem aumentar para 8,6% do PIB em 2025, o que reflete a dificuldade de manter o crescimento econômico sustentável sob tais pressões.
O papel dos governos na redução da dívida
O FMI aconselha que os governos priorizem estratégias para reduzir a dívida pública e construir reservas fiscais.
Isso exigirá um equilíbrio delicado, com ações políticas que envolvem consolidação fiscal gradual, corte de gastos em áreas não essenciais e aumento de receitas.
O desafio de gerenciar a dívida pública global será ainda maior se as condições econômicas não melhorarem.
Assim, o FMI sugere que os países com recursos limitados devem implementar planos de consolidação fiscal eficazes enquanto permitem que os estabilizadores automáticos, como os benefícios de desemprego, funcionem adequadamente.
A projeção de dívida pública global próxima a 100% do PIB até 2030 é um alerta para a necessidade de ajustes fiscais e políticas econômicas cuidadosas.
O FMI reforça que, embora a situação seja desafiadora, uma abordagem equilibrada e bem planejada pode ajudar a mitigar os efeitos de uma possível crise fiscal no futuro.