A recuperação judicial da 2W Ecobank foi oficialmente protocolada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no dia 23 de abril.
A empresa, conhecida por seus investimentos em energia renovável, enfrenta uma crise de liquidez após comprometer mais de R$ 2 bilhões em projetos de parques eólicos no Nordeste do Brasil.
Sendo assim, pedido de RJ foi aprovado em assembleia do Conselho de Administração da companhia.
Segundo a própria 2W, a medida visa evitar a antecipação de R$ 580 milhões em debêntures emitidas em 2021.
Além disso, a empresa está pressionada por um passivo judicial superior a R$ 150 milhões, incluindo uma execução movida pela Shell, no valor de R$ 60 milhões.
RJ é considerada solução estratégica
A administração da 2W afirma que a recuperação judicial é a solução mais viável para reorganizar as finanças e preservar as atividades operacionais.
O foco da medida está em garantir a continuidade dos negócios e minimizar os impactos sobre colaboradores, clientes e acionistas.
Segundo a empresa, essa estratégia permitirá que ela supere a crise de liquidez mais rapidamente e restaure o equilíbrio entre receitas e despesas.
Parques eólicos causaram descompasso financeiro
Os investimentos realizados em três parques eólicos – dois no Rio Grande do Norte e um no Ceará – consumiram aproximadamente R$ 2,2 bilhões.
Desse total, a própria 2W, além de terceiros, financiou uma parcela significativa, principalmente por meio de garantias fidejussórias.
Porém, os atrasos nas obras e a alta nos custos fizeram com que a geração de energia fosse postergada por mais de 12 meses.
Isso impactou diretamente o fluxo de caixa da companhia, que passou a depender de empréstimos de curto prazo com juros elevados.
Déficit de caixa agrava situação
A companhia reconhece que sua capacidade de geração de caixa atual é insuficiente para arcar com os custos dos financiamentos e compromissos com fornecedores e clientes.
Esse cenário tornou a recuperação judicial uma medida urgente.
Além disso, o risco de antecipação de dívidas comprometeria ainda mais os planos da empresa para reestruturação financeira.
Justiça será decisiva para o futuro da 2W Ecobank
Agora, o processo está nas mãos da 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo.
A 2W alerta que qualquer demora na análise judicial poderá aumentar o prejuízo e comprometer ativos importantes.
Com o avanço da recuperação judicial, o setor energético acompanha de perto os próximos passos da 2W Ecobank, que ainda aposta na retomada por meio da reestruturação e do avanço da geração eólica no país.