Exterior em alta

Ibovespa fecha valorizado com freio do IPCA-15; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (25) com alta de 0,12% aos 134.739 pontos; o dólar caiu, a R$ 5,68

Foto: Canva/Ibovespa
Foto: Canva/Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (25) com alta de 0,12% aos 134.739 pontos. O dólar comercial caiu 0,05%, a R$ 5,68. Na semana, a moeda acumulou queda de 2,01%, enquanto o índice subiu 3,93%.

O Ibovespa conseguiu vencer a luta pela valorização e manteve os ganhos obtidos na sessão da véspera, mesmo com os EUA e a China não demonstrando avanços nas negociações da guerra comercial e a Vale (VALE3) pesando nas perdas.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,14%, a US$ 99,52.

No exterior, ao passo que a China segue negando que esteja conversando com o governo dos EUA, Donald Trump segue afirmando que as negociações estão avançando. 

No entanto, o republicano afirmou também que não irá retirar as tarifas sobre os produtos importados chineses se o governo de Xi Jinping não der algo em troca. Ele disse ainda que a “abertura da China seria uma grande vitória”.

Já no Brasil, a agenda se voltou mais para o resultado do IPCA-15 (índice de Preços ao Consumidor Amplo) de abril, que cresceu 0,43%, apresentando uma desaceleração de 0,21 p.p em relação a março, quando cresceu 0,64%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

Dentre os nove grupos analisados, alimentação e bebidas tiveram a maior variação positiva com 1,14%. Apenas o grupo de transportes  registrou variação negativa com redução de 0,44%.

Apesar da desaceleração, os investidores não se animaram o suficiente com o resultado. Segundo analistas ouvidos pelo BP Money, a inflação subjacente continua elevada, refletindo pressões que devem manter o BC (Banco Central) atento.

Além disso, o radar corporativo do Ibovespa teve destaque para o balanço financeiro da Vale no primeiro trimestre deste ano, que apresentou uma queda expressiva (17%) no lucro, que chegou a US$ 1,394 bilhão no período.

A receita líquida de vendas da Vale nos primeiros três meses de 2025 também caiu 4% na comparação anual, a US$ 8,119 bilhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 3,115 bilhões no mesmo período, queda de 9% na mesma base comparativa. 

“O Ibovespa opera de forma estável, alternando entre leves altas e baixas, influenciado por fatores como a queda do minério de ferro, que impacta ações da Vale, e o desempenho positivo de bancos. Apesar disso, caminha para fechar a semana com alta acumulada de cerca de 4%, a melhor em um ano e meio”, reforçou Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

Com relação ao IPCA, ele explicou que o resultado refletiu na curva dos juros futuros, que subiram levemente nesta sessão. Para Iarussi, a pressão se deu também pelas apostas de uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros) em maio. 

“As maiores altas do Ibovespa hoje são puxadas pelos frigoríficos, que retomam fôlego após uma queda pontual no pregão anterior — interpretada pelo mercado como mera realização técnica”, prosseguiu o analista.

Já na linha negativa do Ibovespa, Iarussi destacou que a Azul (AZUL4) chama atenção pela 2ª queda consecutiva, em reflexo à rejeição do mercado ao plano de captação bilionário que integra a reestruturação financeira da empresa. 

“A leitura predominante é de que o movimento dilui valor, e a ação já acumula perda de mais de 30% na semana”, disse Iarussi.

A Marfrig (MRFG3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 8,45%, a R$ 22,85. Logo atrás,  Minerva (BEEF3) subiu 4,40%, a R$ 7,83. E Auren Energia (AURE3) teve ganhos de 4,07%, a R$ 8,87.

Já na ponta negativa, Azul (AZUL4)  liderou as perdas, caindo 17,37%, a R$ 1,95. Em seguida, Cyrela (CYRE3) perdeu 5,27%, a R$ 25,53. E Yduqs (YDUQ3) caiu 4,13%, a R$ 14,16.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) divergem

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 0,58% e 0,26%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,07%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 2,37%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,07%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,38%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,37% e alta de 1,12%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 0,15% e desvalorização 0,89%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,14%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 3,62%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 0,52%.

Índices do exterior fecharam em alta

Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta sexta-feira (25). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,81%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,45%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,35%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,74% e 1,26%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,05%.