O mais recente empréstimo gigante do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a Argentina — um devedor recorrente, agora liderado por um aliado próximo de Donald Trump — acendeu bandeiras vermelhas entre muitos dos principais tomadores de decisão do Fundo. Ainda assim, o empréstimo foi aprovado.
Aproximadamente metade dos 25 presidentes do conselho executivo do FMI tinha sérias preocupações sobre o acordo de US$ 20 bilhões, segundo apontaram várias fontes próximas ao assunto ouvidas pelo InfoMoney.
O crédito será destinado a um país que já é, de longe, o maior devedor do FMI — consumindo mais de um terço de todo o financiamento global da instituição — e inclui uma parcela grande e incomum de US$ 12 bilhões antecipadamente.
Contudo, quando o conselho se reuniu para discutir a aprovação, em Washington, no final de 11 de abril, o resgate já era essencialmente um fato consumado. O governo de Javier Milei, que Trump chamou de seu “presidente favorito”, havia revelado detalhes em uma coletiva de imprensa em Buenos Aires horas antes de o acordo ser oficialmente aprovado pelo conselho do FMI.
A decisão de permitir esse anúncio antecipado foi aprovada pelo próprio conselho, como apontou uma das fontes — e qualquer programa que chega até o principal órgão de decisão do FMI tem, na prática, aprovação garantida. Por outro lado, a sequência fora do comum foi apenas um dos muitos sinais de que a Argentina recebeu um tratamento especial.
FMI: dívida pública do Brasil será 92% do PIB em 2025
O FMI (Fundo Monetário Internacional) está pessimista com a situação fiscal do Brasil. Segundo o órgão internacional, o peso da dívida pública no PIB (Produto Interno Bruto) deve aumentar de 87,3% em 2024 para 92% em 2025. Os dados são do relatório Monitor Fiscal publicado nesta quarta-feira (23).
Quando avaliado a totalidade dos 4 anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o fundo enxerga piora em mais de 12 p.p (pontos percentuais). A estimativa cresceu desde a última avaliação do órgão em outubro de 2024.
O atual ritmo destaca um salto no fim da presidência do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, quando a dívida acusava 83,9% para 96% no encerramento de 2026, último ano do terceiro mandato de Lula. Trata-se do mais elevado nível de endividamento do país desde 2020.