O Grupo Salta, maior rede de educação básica do Brasil, voltou com força ao mercado de fusões e aquisições (M&As).
A empresa acaba de adquirir a rede Antares, em Fortaleza, que possui 10 escolas e atende 5 mil alunos.
Com isso, o grupo reforça sua estratégia de crescimento acelerado após um período de retração.
O CEO Bruno Elias revelou que a empresa conduz a diligência do segundo M&A e planeja concluí-lo nos próximos dois meses.
O plano da companhia para este ano inclui pelo menos três aquisições, além da abertura de 20 novas unidades de forma orgânica.
Grupo Salta mantém ritmo firme em aquisições e expansão orgânica
Em 2023, o grupo fez apenas uma aquisição e abriu 16 escolas.
No ano anterior, foram oito novas unidades e nenhuma compra, em razão das dificuldades de crédito causadas pela crise da Americanas.
Em 2024, a expectativa é de desembolsar entre R$ 300 milhões e R$ 350 milhões em aquisições, além de investir R$ 150 milhões em novas escolas.
Segundo Bruno Elias, toda a expansão será financiada com geração de caixa e emissão de dívida.
A empresa já conta com receita contratada de R$ 3 bilhões e Ebitda estimado entre R$ 570 e R$ 600 milhões, considerando as novas aquisições.
Grupo Salta mantém alavancagem sob controle
Hoje, a dívida líquida do Grupo Salta está em R$ 1 bilhão, com alavancagem de 2,4x o Ebitda.
Mesmo com novos M&As, a alavancagem deve continuar abaixo de 3x, limite considerado saudável pela gestão.
Bruno afirmou que novas dívidas serão avaliadas conforme surgirem oportunidades atrativas no mercado.
Mercado e investidores acompanham crescimento consistente
Entre os principais investidores do Grupo Salta estão a Warburg Pincus e a Gera, além da Atmos Capital, que entrou no ano passado.
Bruno comentou que uma abertura de capital (IPO) pode ocorrer no futuro, mas dependerá da retomada do mercado brasileiro.
No exterior, a proposta enfrentaria dificuldades por conta das especificidades do setor privado de educação no Brasil.
Nova vertical com escolas públicas pode gerar escala
Recentemente, o grupo iniciou uma parceria com o Governo do Paraná para gerenciar 34 escolas estaduais.
A operação responde por 2% da receita, com margem próxima de zero.
O objetivo inicial é o aprendizado do modelo, mas há potencial para lucro com maior escala.
Atualmente, o Grupo Salta atende 24 mil alunos da rede pública.
De acordo com o CEO, mais de 100 mil alunos seriam necessários para a operação se tornar lucrativa.
Apesar disso, ele vê na iniciativa uma oportunidade promissora para expansão futura.