Abertura do mercado

Ibovespa abre em queda com atenção a PNAD e PIB dos EUA; dólar sobe

Em clima de véspera de feriado, os investidores acompanham uma agenda carregada de eventos relevantes. 

Foto: Freepik
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, iniciou o pregão desta quarta-feira (30) em terreno negativo, reduzindo os ganhos registrados na véspera.

Por volta das 10h17 (horário de Brasília) o marcador apresentava um recuo de 0,39%, perdendo o patamar da véspera e recuando para os 134.564 pontos.

Já o dólar comercial iniciava o pregão desta quarta-feira (30) no sentido contrário do índice, ao passo que avançava 0,83%, cotado a R$ 5,66.

Em clima de véspera de feriado, os investidores acompanham uma agenda carregada de eventos relevantes. 

Nos EUA, o foco recai sobre os dados de emprego, a leitura preliminar do PIB referente ao primeiro trimestre e a inflação medida pelo PCE — indicador amplamente acompanhado pelo Fed (Federal Reserve) por ser considerado seu “favorito”.

A temporada de resultados corporativos também continua movimentando os mercados, com os balanços de grandes empresas como Meta e Microsoft previstos para hoje. 

No cenário doméstico, o desempenho do Santander, divulgado logo no início do dia, tende a influenciar o comportamento das ações. 

Além disso, os dados de produção recentemente anunciados pela Petrobras e os indicadores de emprego divulgados por Pnad Contínua e Caged também entram no radar dos agentes financeiros.

Especialistas analisam o dados econômicos e tendências para o mercado de trabalho

Para o economista Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, a economia global teve um choque com a queda do PIB dos EUA, que recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2025, surpreendendo as expectativas que apontavam para um crescimento de 0,1%.

Segundo Gala, o desempenho negativo do PIB foi influenciado por um aumento expressivo nas importações, à medida que empresas tentaram antecipar tarifas que seriam impostas no início de abril.

“A queda do PIB foi em grande parte influenciada pela alta das importações e pelos cortes de gastos do governo americano”, comentou o economista, explicando que as importações elevadas impactaram negativamente a produção interna.

Além disso, Gala observou que o mercado de trabalho brasileiro também apresenta sinais de desaceleração, com o desemprego subindo para 7%, conforme os dados da PNAD Contínua.

Ele apontou que esse aumento no desemprego é um reflexo da desaceleração econômica e do impacto da Selic elevada, que enfraquece o mercado de trabalho. Contudo, o economista vê uma luz no fim do túnel, destacando que o crescimento da renda real é uma boa notícia.

“Os salários seguem aumentando de forma consistente”, destacou. Apesar disso, Gala acredita que o crescimento do Brasil será modesto, projetando uma alta de 2% para este ano, o que deve contribuir para o controle da inflação, mas também indica desafios para o mercado de trabalho.

Já para Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, o Ibovespa tem mostrado um desempenho positivo, com a possibilidade de registrar sua maior variação percentual positiva em cinco anos, o que é um reflexo do apetite renovado por risco no mercado.

Correia acredita que o mercado está reagindo ao enfraquecimento das tensões comerciais entre os EUA e outros países, principalmente devido à flexibilidade de Donald Trump em relação a suas políticas tarifárias.

“Os mercados vão entendendo que é o jeito dele, onde ele joga tudo para o alto e depois começa a afrouxar, porque ele sabe que pode se auto inviabilizar”, afirmou Correia, explicando que as iniciativas de Trump podem resultar em um ambiente mais favorável para os mercados.

Para o especialista, a volatilidade será um tema importante no curto prazo, com a agenda econômica carregada de indicadores, como a prévia do payroll e o CAGED.

Alison observou que o dado do CAGED será essencial para avaliar a situação do mercado de trabalho brasileiro, com a expectativa de um cenário menos favorável, dado o aumento do desemprego.

Ele também alertou para a volatilidade que pode surgir com os dados econômicos que serão divulgados. “Volatilidade vai vir”, afirmou, destacando que a atenção dos investidores precisará estar voltada para os próximos dados sobre a inflação e o mercado de trabalho nos EUA.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 06h00 – Zona do euro: PIB/1TRI

▪️ 08h30 – BC: resultado consolidado do setor público em março e nota à imprensa sobre política monetária e operações de crédito

▪️ 09h00 – Alemanha: CPI preliminar de abril

▪️ 09h00 – IBGE: Pnad Contínua de março

▪️ 09h15 – EUA: pesquisa ADP de emprego no setor privado em abril

▪️ 09h30 – EUA: primeira prévia do PIB/1TRI

▪️ 09h30 – EUA: Tesouro anuncia plano de refinanciamento

▪️ 10h45 – EUA: Índice ISM de atividade do setor industrial de Chicago em abril

▪️ 11h00 – EUA/PCE: inflação mensal de março

▪️ 11h30 – EUA/DoE: estoques semanais de petróleo

▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal

▪️ 14h30 – MTE: Caged de março

▪️ 15h00 – Colômbia: BC decide juro

Eventos

▪️ 09h15 – Galípolo participa da abertura do Lift Day 2025

Balanços

▪️ NY/ depois do fechamento: Meta e Microsoft

▪️ Brasil/ antes da abertura: Santander e Weg