O mês de abril foi extremamente negativo para a Petrobras (PETR3;PETR4), que acabou sendo excluída da principal carteira recomendada do Santander, que reúne as cinco principais indicações mensais do banco.
O banco retirou as ações ordinárias da carteira Santander Valor para o mês de maio, mesmo mantendo a recomendação de compra.
A razão para a exclusão da Petrobras foi a mesma que levou ao momento negativo vivido pelos preços do petróleo, em razão do tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump, segundo o Money Times.
Os investidores se preocupam que as barreiras comerciais causem uma recessão ao mundo, o que tipicamente reduz a demanda pela commodity.
Com isso, os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) despencaram 21,48% em abril, enquanto os preferenciais (PETR4) tombaram 19,38%, duas das maiores quedas do Ibovespa no mês.
Outro destaque do Santander para a movimentação feita na carteira foi a intenção da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados) em aumentar a produção de petróleo nos próximos meses, elevando a oferta global da commodity.
Com isso, os preços do óleo devem seguir pressionados no curto prazo. “Assim, optamos por deslocar a exposição de commodities da carteira para companhias bond proxy (sensíveis a juros)”, explicou o Santander.
Petrobras (PETR4): produção total de petróleo e gás fica estável no 1T25
No primeiro trimestre de 2025 a produção total de petróleo e gás da Petrobras (PETR3;PETR4) somou 2,77 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed), um resultado quase estável comparado ao mesmo período de 2024, segundo relatório divulgado pela companhia nesta terça-feira (29).
Já na comparação com a média do 4º trimestre de 2024, a produção da petroleira cresceu 5,4%, em função do menor volume de perdas por paradas para manutenções, da entrada em produção do FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios.
Além disso, outros fatores de impulso foram o “ramp-up” do FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero, e a melhor eficiência operacional na Bacia de Santos.
“A entrada em operação do FPSO Almirante Tamandaré é estratégica para a Petrobras e representa ampliação de produção no campo de Búzios de forma sustentável e inovadora”, disse a diretora de engenharia, tecnologia e inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, em nota.
A plataforma pode produzir até 225 mil barris de óleo, lembrou a executiva, e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
A Petrobras colocou em operação 11 novos poços produtores, sendo seis na Bacia de Campos e cinco na Bacia de Santos, no último trimestre, entraram em operação 11 novos. Ainda assim, a produção total foi limitada pelo declínio natural de produção em alguns campos.
Enquanto isso, a produção exclusiva de petróleo da Petrobras no Brasil marcou 2,2 milhões de barris por dia nos três primeiros meses de 2025, o que representa uma queda de 1% na comparação anual. No entanto, na comparação trimestral houve um aumento de 5,9%.
Conforme relato da Petrobras, sua produção de óleo no pré-sal no primeiro trimestre foi de 1,85 milhão de barris ao dia, outro número praticamente estável na comparação anual (-0,2%), com um crescimento na relação trimestral (5,3%).
O resultado foi por conta da entrada do FPSO Almirante Tamandaré e o desenvolvimento das atividades do FPSO Marechal Duque de Caxias.
A produção do pós-sal no trimestre atingiu 326 mil barris por dia, queda de 5% na comparação anual, mas avanço de 10,5% sobre o quarto trimestre.