A nova carteira teórica do Ibovespa, principal índice da B3, começou a vigorar a partir desta segunda-feira (5) e seguirá valendo até o próximo dia 31 de agosto. A operadora da Bolsa fez alterações significativas entre os 5 ativos de maior peso na composição.
O portfólio atual do Ibovespa tem 87 papéis (ações ordinárias e preferenciais e units) de 84 empresas brasileiras. Na nova carteira, a Automob (AMOB3) e a LWSA (LWSA3) foram excluídas, enquanto a Direcional (DIRR3) e a Smart Fit (SMFT3) entraram.
No caso dos ativos considerados “pesos pesados”, a ação preferencial do Itaú (ITUB4) ficou com uma fatia maior na composição da carteira. Dessa forma, a empresa tomou o segundo maior peso do índice, à frente da preferencial da Petrobras (PETR4).
Além disso, destaca-se também a redução da participação da Vale (VALE3) para menos de 11% na carteira do Ibovespa, visto que a mineradora já ocupou 15% de participação no índice
Vale (VALE3): 10,467%
Itaú (ITUB4): 7,832%
Petrobras (PETR4): 6,308%;
Petrobras (PETR3): 4,279%
Banco do Brasil (BBAS3): 3,813%
Em um intervalo de quatro em quatro meses a B3 faz a revisão da carteira do Ibovespa, em janeiro, maio e setembro, com a possibilidade de entrada e saída de empresas de acordo com a metodologia de cada índice.
Ibovespa: veja as 10 maiores quedas de abril
O mês de abril foi marcado por forte volatilidade no Ibovespa — e o Brasil não foi o único afetado. O cenário macroeconômico global contribuiu para o “chacoalhão” nas bolsas ao redor do mundo.
Apesar de já ter enfrentado turbulências antes, a ação da Azul (AZUL4) não conseguiu “voar” neste mês. A companhia aérea encerrou abril cotada a R$ 1,47, o menor preço de sua história, após acumular queda de 55,3% nos últimos 30 dias.
A queda da Azul, no entanto, difere da movimentação da maioria das empresas listadas. Enquanto grande parte das ações do Ibovespa sofreu com o ambiente macroeconômico global — o que limitou discussões microeconômicas —, a Azul trouxe para a mesa debates sobre a viabilidade de seu próprio negócio. E o resultado não foi favorável.
A captação de recursos realizada em 24 de abril ficou bem abaixo do esperado. Segundo o Valor, a oferta primária de ações, que pretendia levantar até R$ 4,1 bilhões, arrecadou apenas R$ 1,66 bilhão — o que contaminou as expectativas do mercado quanto à efetividade do plano de reestruturação da dívida.
Com isso, a ação da companhia foi a que mais caiu entre as 87 que atualmente compõem o Ibovespa. No total, apenas 23 papéis fecharam abril em queda. Entre eles está a Petrobras (PETR4), que representa cerca de 11% da composição do índice.
O caso da Azul chama atenção não apenas pelo tamanho da queda — incomum para o mês —, mas também pelo ritmo do colapso, que se intensificou na última semana de abril.
Vale lembrar que quase metade dos custos operacionais da empresa está atrelada ao querosene de aviação, um derivado do petróleo, cuja cotação está pressionada com a recente desvalorização da commodity.