Participando de um evento nos EUA, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o objetivo do governo é fazer a economia crescer a 3% até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O político disse que essa é uma questão de “perseverança” com as políticas adotadas desde o começo do governo.
“O conjunto de projetos que o país já tem disponíveis, se nós continuarmos com o plano que foi apresentado ao país depois da eleição de 2022, se nós não nos desviarmos daquilo que foi combinado com a sociedade, nós temos a condição de chegar na final do mandato [atingindo esta taxa]”, afirmou Haddad durante o Milken Institute Global Conference, na Califórnia, nesta segunda-feira (5).
Em sequência, a economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, início do mandato de Lula, e 3,4% em 2024, segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A projeção atual para o PIB (produto interno bruto) deste ano é de um crescimento de 2,3%, na expectativa do governo. Enquanto o BC (Banco Central) espera um avanço de 1,9%.
Segundo Haddad, para chegar ao resultado de até 3% em 2026, é necessário uma combinação de estabilidade macroeconômica, atração de investimentos e a implementação de reformas estruturantes, como a tributária, além da transição energética.
Além disso, Haddad destacou que a classificação como uma potência verde e parceiro estratégico confiável tem recaído cada vez mais sobre o Brasil internacionalmente.
“Eu acredito que se nós tomarmos as providências que estamos tomando, avançarmos em criar um ambiente de negócio favorável ao investimento, como é o caso da reforma [tributária], o mercado de carbono, o mercado de crédito, o mercado de capital, todas as mudanças que estão sendo feitas, o Brasil vai continuar recebendo muito investimento e tem tudo para crescer de forma sustentável a uma taxa média de 3% ao ano, que é o nosso objetivo nos quatro anos de mandato do presidente Lula, crescer uma média de 3%”, disse.
Haddad defende crescimento com investimento privado e consumo
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (28), que o Brasil pode mudar seu “motor econômico” para o crescimento do PIB. Em um evento do banco J. Safra, Haddad comentou que o crescimento do país tem tudo para ser puxado pelo consumo das famílias e pelo investimento no setor privado.
Descartando a necessidade de medidas assistencialistas no longo prazo, o político reforçou que o Brasil já tem o suficiente para crescer: “Acho que esses são os impulsos corretos para crescer com sustentabilidade”, destacou. O ministro salientou que não há a necessidade de realizar um ajuste recessivo e que a nação tem condições de se reorganizar sem comprometer a possibilidade de crescimento futuro.
Ele lamentou que as responsabilidades de controle fiscal aparentam estar circundadas somente ao executivo, citando decisões do poder legislativo e judiciário que deterioram as contas públicas. Haddad ainda lembrou dos esforços do governo federal no barateamento do crédito, para diminuir spreads bancários.
“Nós estamos fazendo uma grande mudança no sistema de crédito brasileiro, com apoio da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), no sentido de trazer os spreads para baixo, através de um marco de garantias mais robustos”, relembrou. O petista ressaltou que ainda há uma agenda em curso no congresso para baratear o acesso ao crédito por parte do trabalhador.