Sem financiamento integral

Grupo Rosewood enfrenta impasse financeiro e adia chegada em Salvador

O empreendimento, liderado pelo empresário francês Alex Allard, continua enfrentando obstáculos relevantes, especialmente no campo financeiro

Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador/BA (Foto: Reprodução)
Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador/BA (Foto: Reprodução)

Apesar de sucessivas promessas e expectativas, o projeto de transformar o histórico Palácio Rio Branco, em Salvador, em um luxuoso Hotel Rosewood ainda não saiu do papel. O empreendimento, liderado pelo empresário francês Alex Allard, continua enfrentando obstáculos relevantes, especialmente no campo financeiro.

Allard, que comanda a rede hoteleira francesa BMF, protagonizou recentemente uma grande controvérsia ao se referir ao Brasil como uma “Macacolândia” — declaração que gerou forte repercussão negativa e intensificou o desgaste em torno de sua atuação no país.

Além da repercussão pública, o empresário também lida com dificuldades práticas: segundo interlocutores ouvidos pelo Bahia Notícias, site parceiro do BP Money, o grupo ainda não garantiu o financiamento integral necessário para viabilizar as obras no Palácio.

Embora todas as autorizações exigidas em nível federal, estadual e municipal já tenham sido obtidas — incluindo a equalização de pendências arquitetônicas —, o início da reforma esbarra na necessidade de um aporte financeiro mais robusto.

O projeto segue emperrado, mesmo com o histórico de Allard em restauração de prédios históricos e desenvolvimento de empreendimentos sofisticados que combinam hotelaria, cultura, gastronomia e residências de alto padrão.

Enquanto isso, o Palácio Rio Branco permanece à espera da prometida revitalização — uma promessa que, por ora, segue longe de ser cumprida.

Conflitos internos e perda de participação marcam trajetória de Allard no Rosewood

A posição do empresário francês Alexandre Allard dentro do ambicioso projeto Rosewood, no complexo Cidade Matarazzo, em São Paulo, tem encolhido à medida que os conflitos entre os sócios se intensificam.

No fim de 2024, sua participação no empreendimento foi reduzida de 40% para 35%, após ele deixar de cumprir um aporte financeiro de R$ 60 milhões, valor previsto para ajudar no custeio das obras do hotel de altíssimo padrão, classificado como seis estrelas.

O impasse societário ganhou contornos ainda mais delicados com o avanço de disputas judiciais. Allard acusa seus parceiros de práticas graves, como espionagem e apropriação indevida de direitos autorais relacionados a elementos artísticos e arquitetônicos do Rosewood, localizado no coração da capital paulista. A situação levou o caso aos tribunais.

A juíza Laura de Mattos Almeida, da 29.ª Vara Cível de São Paulo, determinou a realização de uma perícia no edifício. De acordo com a defesa do empresário francês, os demais sócios também teriam tentado reduzir sua participação acionária no projeto de maneira deliberada, acirrando ainda mais a crise interna no comando do empreendimento.