Especial dia das mães

Mães que lideram: empreendedorismo feminino em alta no Dia das Mães

Segundo dados da Rede Mulher Empreendedora (RME), 87% das mulheres empreendem para ter flexibilidade e cuidar da família

Mães que lideram: empreendedorismo feminino em alta no Dia das Mães
Foto gerada por inteligência artificial

Conciliar maternidade e carreira profissional sempre foi um quebra-cabeça complexo, mas milhares de mulheres brasileiras estão reinventando esse cenário ao apostar no empreendedorismo feminino como caminho para a autonomia financeira — e, principalmente, para estarem mais presentes na vida dos filhos.

De acordo com dados da Rede Mulher Empreendedora (RME), 87% das mulheres que empreendem afirmam que a principal motivação para iniciar um negócio é justamente ter mais flexibilidade para cuidar da família.

Dessa forma, a força dessa decisão já se reflete nos números: de acordo com o Sebrae, mais de 10,1 milhões de empresas no Brasil são lideradas por mulheres, e 52% delas são mães.

Em entrevista ao especial BP Money dia das mães, Andressa Bergamo, Fundadora da AVG Capital, nos conta que: “ser mãe me ajudou a ser mais organizada e empática, qualidades essenciais para lidar com a minha equipe e com os meus clientes. A maternidade me ensinou a equilibrar melhor as responsabilidades e a ter paciência”.

Mães resilientes: o poder da maternidade na vida profissional

Com a chegada da pandemia e o fechamento das escolas, muitas mães empreendedoras enfrentaram obstáculos ainda maiores.

A mesma pesquisa da RME revela que 54% dos negócios tocados por mães foram impactados diretamente pela nova rotina sem aulas presenciais. Em contraste, apenas 51% dos pais empreendedores relataram dificuldades.

Além disso, a sobrecarga foi clara: enquanto 17% das mulheres disseram ter dificuldade em organizar o tempo entre trabalho e casa, apenas 8% dos homens relataram o mesmo.

Dessa forma, esses dados escancaram a desigualdade de gênero ainda presente na gestão do tempo familiar e profissional.

“Não me culpo por trabalhar. Estou construindo algo para ela. Tenho certeza de que ela vai entender, como eu entendi com meu pai”, destacou Fabiana Cerqueira, gerente do sucesso do aluno da Eu me banco.

Desaceleração profissional após a maternidade

O desafio também está presente entre as mães que continuam em empregos formais. Segundo a pesquisa “A mãe e o mercado de trabalho”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), metade das mulheres perdem seus empregos após a gravidez.

“Quando meu filho nasceu, eu trabalhava em banco, num ambiente corporativo, e achei que teria que escolher entre ele e a minha carreira. O ambiente era hostil, e a mulher mãe era vista como um problema”, contou Cassiana Garcia, sócia-fundadora da The Hill Capital, ao especial BP Money dia das mães.

Entre as que permanecem, 84% relatam desaceleração na carreira, e 11% afirmam que sua trajetória profissional praticamente parou.

A explicação vai além da simples ausência por licença-maternidade. Muitas mulheres deixam de aceitar promoções ou recusam vagas estratégicas por receio de não conseguirem equilibrar as demandas do trabalho com o cuidado dos filhos.

Isso mostra como o mercado ainda não está preparado para valorizar e apoiar o talento materno.

“Sempre busquei equilíbrio entre trabalho e família. Além disso, tento mostrar isso para minhas filhas, que também precisam encontrar esse ponto de equilíbrio. Não é só sobre crescer profissionalmente, mas sobre viver com saúde mental”, conta Ana Paula Carvalho, sócia da AVG Capital.

Flexibilidade e cultura familiar: o que as empresas precisam entender

Para mudar esse cenário, especialistas são unânimes: é urgente que o ambiente corporativo evolua. Flexibilidade no trabalho, políticas de apoio à maternidade e uma cultura organizacional empática e voltada para a família são medidas fundamentais para reter talentos e incentivar a igualdade de oportunidades.

“Respeitar meu momento, me respeitar como mulher. A maternidade me trouxe paciência, fé e um novo significado para o trabalho”, explica Camila Mindelli, sócia-fundadora da The Hill Capital, em entrevista ao especial BP Money dia das mães.

Portanto, empresas que oferecem modelos híbridos, licença parental estendida, auxílio-creche e programas de reintegração após a maternidade saem na frente.

Além disso, essas ações fomentam um ambiente saudável, essas ações também fortalecem a marca empregadora e aumentam o engajamento dos colaboradores.

“Depois que minha filha nasceu, eu terminei Stanford, lancei meu primeiro livro, assumi a liderança da empresa. Isso só foi possível porque fiz escolhas muito claras. Não foi fácil. É cansativo. Mas é viável”, nos conta Darla Sierra, sócia e CEO da VLG Investimentos.

Especial BP Money dia das mães

Em suma, para conferir a série de reportagem do Especial BP Money dia das mães, com a história completa de Andressa Bergamo, Ana Paula Carvalho, Cassiana Garcia, Camila Mindelli, Darla Sierra e Fabiana Cerqueira, clique aqui.