A rede varejista Assaí Atacadista (ASAI3) reportou um lucro líquido de R$ 162 milhões no primeiro trimestre de 2025, com avanço de 74,2% na comparação com o 1º trimestre de 2024, na visão pré-IFRS16.
Já o lucro líquido pós-IFRS16 — resultado que integra os efeitos contábeis de contratos de arrendamento, como aluguéis — chegou aos R$ 117 milhões, crescimento de 95% na comparação anual.
O balanço trimestral do Assaí informou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de R$ 1,02 bilhão no trimestre, um crescimento de 13,9%, com margem de 5,5%, a maior para um primeiro trimestre desde 2021.
Em mais detalhes, a receita líquida da companhia no 1T25 somou R$ 18,6 bilhões, uma alta de 7,7% na relação anual. O Assaí afirmou que o desempenho da receita foi ajudado por uma alta de 5,5% nas vendas em mesmas lojas, além da contribuição das 11 unidades abertas nos últimos 12 meses, segundo o InfoMoney.
A rede varejista também informou ter encerrado os três primeiros meses deste ano com a dívida líquida em R$ 11,5 bilhões, cerca de 2,6% superior aos R$ 11,2 bilhões registrados um ano antes.
Porém, levando em conta o saldo de recebíveis descontados, o montante total recuou de R$ 13,8 bilhões para R$ 13,4 bilhões.
Já a alavancagem do Assaí, por sua vez, recuou de 3,75 vezes para 3,15 vezes, refletindo a combinação entre a geração de caixa e o crescimento de R$ 553 milhões no Ebitda acumulado dos últimos 12 meses.
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A projeção da empresa é que o ano de 2025 encerre com uma alavancagem ainda menor, em torno de 2,6 vezes.
Os investimentos do Assaí totalizaram R$ 79 milhões no período, uma redução de 65,8% frente aos R$ 231 milhões desembolsados no mesmo período do ano anterior.
A maior parte dos recursos foi direcionada para reformas e manutenções, com R$ 41 milhões, enquanto R$ 29 milhões foram destinados à aquisição de terrenos e novas unidades.
Assaí (ASAI3): bets estão fazendo pessoas comprarem menos comida
O presidente da rede de supermercados Assaí, Belmiro Gomes, afirmou na manhã desta terça-feira (15) que teve acesso à análises internas na qual foi possível observar queda nas vendas de comida da rede pelo aumento de gastos em apostas esportivas.
A declaração foi feita no evento anual da Abras (Associação de Supermercados). De acordo com ele, uma análise desta semana expõe uma substituição no consumo de produtos por alternativas mais baratas sem necessariamente haver uma influência do cenário econômico.
“Já passamos por outros picos de juros e dólar sem ver queda de consumo ou troca de marcas. Então algo novo deve estar acontecendo. E não é alta de desemprego, porque emprego cresce, e renda também cresceu. Também não é dívida, porque melhorou, então há algo novo acontecendo, e o que vemos é ainda um crescimento acelerado dos gastos com as bets”, disse ele.
Dados do BC (Banco Central) mostram que casas de apostas receberam entre R$20 bilhões e R$30 bilhões por mês de clientes entre janeiro e março de 2025. “Não tem como ter R$ 30 bilhões mensais e não ter impacto em consumo. Por isso em 2023 eu fui o primeiro a falar disso e fui criticado, dizendo que era desculpa por performance”, disse Gomes.
