
A Raízen (RAIZ4) anunciou, na segunda-feira (12), a venda de mais um ativo como parte de sua estratégia para reduzir a alavancagem financeira, que fechou o terceiro trimestre do ano-safra 2024/2025, encerrado em dezembro, em 3,0 vezes.
Segundo a companhia, sua subsidiária Raízen Energia assinou contrato com a Ferrari Agroindústria e a Agromen Sementes Agrícolas para a venda da Usina de Leme por aproximadamente R$ 425 milhões. A operação prevê o pagamento à vista no fechamento do negócio, que ainda depende da aprovação de autoridades regulatórias e do cumprimento de condições precedentes não detalhadas.
Localizada em Leme, no polo de produção de cana-de-açúcar de Piracicaba, interior de São Paulo, a usina possui capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas por safra. Além da unidade, o acordo inclui a cessão de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.
Despesas da Raízen crescem desde o IPO em 2021
A Raízen (RAIZ4), joint venture entre o grupo Cosan e a Shell, vem avaliando seu portfólio para lidar com o elevado nível de endividamento. Os gastos são consequência de investimentos realizados desde seu IPO (Oferta Pública Inicial de ações), em 2021, somados ao impacto do recente ciclo de alta dos juros.
No terceiro trimestre, a dívida líquida da companhia cresceu 22,5% na comparação anual, alcançando R$ 38,6 bilhões. A alavancagem subiu de 1,9 vez para 3 vezes. Desde a estreia na Bolsa, as ações da Raízen acumulam queda de 75,7%, segundo o NeoFeed.
Reciclagem de Portfólio da Raízen
Entre as recentes operações de reciclagem de portfólio, destacam-se a venda de direitos de exploração de 900 mil toneladas de cana-de-açúcar por R$ 384 milhões e a venda de projetos de geração distribuída de energia, com retorno bruto de caixa — diferença entre o valor da venda e os investimentos remanescentes — de cerca de R$ 475 milhões.