Prazo de 60 dias

ANS decreta liquidação extrajudicial da Golden Cross

Com a medida, a ANS deverá nomear um liquidante para conduzir o processo de encerramento das atividades da operadora

Foto: Divulgação
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A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) decretou a liquidação extrajudicial da operadora de saúde Golden Cross (Vision Med Assistência Médica). A decisão foi aprovada em reunião da diretoria colegiada da agência, realizada na segunda-feira (12).

Na mesma reunião, foi determinado que os beneficiários que ainda estão vinculados à Golden Cross terão um prazo de 60 dias, a partir desta terça-feira (13), para realizar a portabilidade especial de carências para planos de outra operadora. Até o dia 7 de maio, cerca de 53 mil usuários estavam vinculados a planos coletivos empresariais da Golden Cross.

Segundo a decisão publicada no DOU (Diário Oficial da União) desta terça, a liquidação foi decretada devido a “anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade ou a qualidade do atendimento à saúde dos beneficiários”. As informações são do O Globo.

Com a medida, a ANS deverá nomear um liquidante para conduzir o processo de encerramento das atividades da operadora. Isso implica a perda de mandato dos atuais administradores, membros do Conselho Fiscal e quaisquer outros órgãos previstos no estatuto da empresa.

Na semana passada, durante reunião da Câmara de Saúde Suplementar, o diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, Jorge Aquino, declarou que a Golden Cross já não tinha condições de continuar operando e representava um risco para toda a cadeia de fornecedores do setor de saúde.

Operadora já foi maior do país

A Golden Cross é uma das mais antigas operadoras de saúde do Brasil. Fundada em 1971, em menos de 15 anos de operação, subiu ao posto de maior empresa do setor do País.

Contudo, na década de 1990, a operadora passou a ter fortes dificuldades financeiras tendo sido alvo de acusações de sonegação fiscal e venda irregular de planos de saúde. Em 1998, protagonizou o que Aquino, da ANS, classificou como a maior crise de assistência em saúde privada já registrada no país, quando “colapsou completamente o atendimento” e o país “parou para atender” a operadora.

O problema foi resolvido em 1997, quando o Banco Excel Econômico assumiu a gestão da Golden Cross em parceria com a Cigna, uma seguradora dos EUA. A organização levou a dívida e a carteira na época com 2,5 milhões de beneficiários.