Expansão na América Latina

Natura (NTCO3) reduz prejuízo, mas bancos ainda não ‘colocam a mão no fogo’

Foto: Natura/Divulgação
Foto: Natura/Divulgação

A Natura (NTCO3) ainda não voltou ao lucro, mas conseguiu reduzir significativamente as perdas no primeiro trimestre de 2025. O prejuízo líquido da companhia somou R$ 150,7 milhões, o que representa uma queda de 83,9% em relação ao mesmo período de 2024.

O desempenho aparentemente agradou os investidores — mas ainda não convenceu os grandes bancos. As ações NTCO3 estiveram entre as maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira (13), fechando com valorização de 6,50%, cotadas a R$ 10,00.

O resultado vem na esteira da aprovação do processo de incorporação da Natura&Co pela Natura Cosméticos. Além disso, a empresa ainda precisa decidir o futuro da Avon, considerada atualmente uma pedra no sapato do grupo.

Desempenho financeiro e estratégias da Natura

A diretora financeira da Natura, Silvia Villas Bôas, comentou sobre as mudanças recentes na companhia. Segundo a executiva, a expansão de margem em todos os países da América Latina nos primeiros três meses do ano reforça o potencial da chamada “onda 2”, um plano de simplificação da operação.

“Mesmo com a volatilidade da margem bruta, queremos reduzir a oscilação da margem Ebitda ao longo dos trimestres”, afirmou, de acordo com o SeuDinheiro.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da Natura somou R$ 789,5 milhões entre janeiro e março de 2025, alta de 30,1% em relação ao mesmo período do ano passado e acima dos R$ 623 milhões esperados por analistas ouvidos pela LSEG.

Relembre: empresa vai incorporar holding; como fica o alto escalão?

Natura (NTCO3) está estudando e propondo aos acionistas uma simplificação de sua estrutura organizacional, com a holding sendo incorporada pela Natura Cosméticos — o que impactará o alto escalão da empresa.

Fabio Barbosa, que ocupava o cargo de CEO da Natura &Co Holding, deixará a função para assumir a presidência do conselho da empresa integrada. A reorganização representa o desmonte da aposta frustrada da Natura nos últimos anos de se tornar uma holding diversificada de marcas e territórios.

A holding era responsável pelas marcas Natura, Avon Internacional, The Body Shop e Aesop — as duas últimas já foram vendidas, enquanto a Avon está em recuperação judicial e a companhia busca um comprador no exterior. Com isso, o foco na América Latina e no crescimento da marca Natura abre espaço para a simplificação da estrutura.