Consumo tímido

Varejo nos EUA cresce 0,1% e alimenta incerteza no mercado

Consumo fraco nos EUA em abril aumenta temor de desaceleração

Foto: Freepik
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As vendas no varejo dos EUA registraram um crescimento modesto de 0,1% em abril, superando a previsão de estabilidade (0%), mas bem abaixo do aumento de 1,4% observado em março, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Comércio do país na manhã desta quinta-feira (15).

Houve, no entanto, uma revisão de alta nos números de março, cuja alta das vendas passou de 1,4% para 1,7%.

O dado core, que exclui os automóveis, também teve alta de 0,1%, contrariando a expectativa de um avanço de 0,3% e desacelerando em relação ao crescimento de 0,5% registrado no mês anterior.

O desempenho do setor varejista, um dos pilares da economia dos EUA, sugere que o consumo está perdendo força, o que pode refletir em uma desaceleração econômica mais ampla.

PPI: inflação ao produtor nos EUA surpreende para baixo 

Os dados econômicos divulgados nesta quinta-feira (15) nos EUA indicaram um cenário positiva de surpresa na inflação ao produtor, sugerindo sinais de desaceleração na atividade econômica.

PPI (Índice de Preços ao Produtor) Core, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, registrou queda de 0,4% em abril, contrariando a expectativa de alta de 0,3%. No mês anterior, o indicador havia recuado 0,1%.

Os dados do PPI apontam para preços mais baixos para os produtores norte-americanos e reforçam as expectativas de que a guerra comercial dos EUA afetará mais a procura interna do que a inflação. 

Como reflexo imediato, o euro se valorizou frente ao dólar (EURUSD) na primeira reação aos dados, em meio à leitura de um possível alívio nas pressões inflacionárias nos EUA.

A projeção do Trading Economics para o núcleo é de um aumento de 0,1% (mantendo a mesma variação de março).

Na terça-feira, a inflação ao consumidor (CPI) subiu 0,2% em relação ao mês anterior, ficando abaixo da expectativa de 0,3%. Esse dado trouxe alívio aos mercados e impactou as previsões nos futuros de juros, aumentando as expectativas de dois cortes nas taxas pelo Fed ainda este ano.