Café com BPM: bolsas recuam após queda no rating dos EUA

As bolsas globais iniciam a semana em baixa, com os investidores em Nova York reagindo à decisão da agência Moody’s de retirar a nota máxima de crédito (AAA) dos EUA. Além disso, eventos recentes também devem impactar o humor do mercado nesta segunda-feira.

Na China, apesar do ritmo mais lento da produção industrial em abril, o resultado veio acima das expectativas: o crescimento caiu de 7,7% em março para 6,1%, superando a projeção de 5,5%. Já as vendas no varejo decepcionaram, com avanço de 5,1%, abaixo do consenso de 5,5% e do desempenho anterior, de 5,9%.

Em Pequim, o foco do governo segue sendo o estímulo ao consumo interno. Uma das medidas anunciadas é a emissão de 300 bilhões de yuans em títulos especiais de longo prazo para financiar um programa voltado ao setor de bens de consumo.

Na noite desta segunda-feira (19), às 22h30, o Banco Central da China (PBoC) anuncia a decisão sobre as taxas básicas de juros (LPR) de um e cinco anos, atualmente fixadas em 3,1% e 3,6%, respectivamente — níveis mantidos há seis meses, em meio às incertezas provocadas pelas tensões comerciais com os EUA.

Nos EUA, o noticiário político também chama atenção. Após superar resistências internas no Partido Republicano, a Comissão de Orçamento da Câmara aprovou na noite de domingo a proposta de redução de impostos do ex-presidente Donald Trump, abrindo caminho para a votação no plenário ainda nesta semana.

Em Wall Street, a agenda dos próximos dias será movimentada, com destaque para os balanços do setor varejista e as falas de diversos dirigentes do Federal Reserve — cinco deles discursam já nesta segunda-feira.

No Brasil, os investidores acompanham hoje a divulgação do IBC-Br (uma prévia do PIB) e das novas estimativas econômicas do Ministério da Fazenda. Para quinta-feira, está previsto o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas.

EUA

A segunda-feira (19) começa com os mercados em território negativo no pré-mercado dos EUA. Investidores estão digerindo o corte na nota de crédito soberana americana pela Moody’s, ao mesmo tempo em que monitoram novos desdobramentos na política tarifária do ex-presidente Donald Trump.

Na última sexta-feira (16), a agência de classificação de risco retirou dos EUA sua nota de crédito mais alta, rebaixando o país de AAA para AA1. A justificativa foi o aumento persistente dos déficits fiscais e os crescentes desafios no refinanciamento da dívida pública, especialmente em um cenário de juros elevados.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,79%

S&P 500 Futuro: -1,20%

Nasdaq Futuro: -1,59%

Bolsas asiáticas

O pessimismo também se espalhou pelos mercados asiáticos, que encerraram a sessão em queda. Pesaram as preocupações com a saúde da economia chinesa, após a divulgação de indicadores que reforçaram a fragilidade do consumo no país.

Em abril, as vendas no varejo chinês cresceram 5,1% em relação ao ano anterior, ficando aquém da expectativa de 5,5% dos analistas ouvidos pela Reuters.

Por outro lado, a produção industrial teve desempenho acima do esperado, com alta de 6,1%, embora tenha desacelerado em relação a março, quando subiu 7,7% — sinal de que o impacto das tarifas americanas pode ter sido mais contido do que o previsto.

Shanghai SE (China), 0,00%

Nikkei (Japão): -0,68%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,05%

Kospi (Coreia do Sul): -0,89%

ASX 200 (Austrália): -0,58%

Bolsas europeias

Na Europa, o dia também é de perdas nas principais bolsas. O noticiário político ganha destaque com a reaproximação entre o Reino Unido e a União Europeia. Segundo fontes da CNBC, os dois lados concordaram em relançar o diálogo institucional, um avanço relevante desde o Brexit.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, deve receber em Londres a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e outros líderes europeus para uma cúpula de alto nível que acontece em meio a um cenário global marcado por incertezas e pela influência decisiva dos rumos tomados por Washington.