
A Fitch Ratings revisou a perspectiva da Eletrobras (ELET3) de negativa para estável, enquanto manteve os IDRs (Ratings de Inadimplência do Emissor) de longo prazo em moeda estrangeira e local, bem como os ratings dos títulos sênior sem garantia, em ‘BB-’. Os ratings na Escala Nacional para a empresa e sua subsidiária Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) também foram mantidos em ‘AA(bra)’.
A mudança na perspectiva se baseia no desempenho positivo do grupo e na expectativa de aumento da geração de caixa com a venda de energia não contratada a preços mais elevados. Isso deve permitir que a Eletrobras mantenha sua alavancagem compatível com os IDRs atuais.
A Fitch considerou a base de ativos significativa e diversificada da companhia, o que reduz os riscos operacionais e regulatórios. A expectativa é de que o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) continue crescendo, favorecendo a forte liquidez da empresa e seu cronograma administrável de vencimento de dívidas. O rating da Chesf acompanha o da Eletrobras devido ao incentivo de médio a alto para suporte por parte da controladora.
Perspectivas e Alavancagem Financeira
O bom desempenho do EBITDA deve resultar em um perfil de alavancagem consistente com os IDRs atuais. A agência projeta que a alavancagem financeira líquida ajustada, incluindo garantias fora do balanço, varie entre 3,5x e 4,0x até 2028 — com estimativas de 3,9x em 2025 e 3,5x em 2026.
A Eletrobras, maior empresa de geração e transmissão de energia elétrica do Brasil, possui um perfil de negócios diversificado, com 44 GW de capacidade instalada de geração e 74 mil km de linhas de transmissão. Isso contribui para a redução dos riscos operacionais e regulatórios, de acordo com o portal Investing.
Desafios e Investimentos Futuros
Por outro lado, a Fitch projeta um robusto plano de capex (investimentos em capital) de R$ 18 bilhões para o período de 2025 a 2026. A estimativa contempla um fluxo de caixa livre (FCF) negativo de R$ 6,7 bilhões em 2025 e de R$ 860 milhões em 2026. A expectativa é de que esse impacto seja compensado por uma posição de liquidez robusta.