Pré-mercado

Café com BPM: mercados recuam com preocupações com tarifas

No cenário externo, a agenda de indicadores está esvaziada

Foto: unsplash
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Os mercados internacionais operam em queda na manhã desta segunda-feira (20), refletindo mais um movimento das autoridades chinesas para estimular a economia em meio ao cenário de tensões comerciais com os EUA.

O Banco Central da China (PBoC) reduziu hoje suas principais taxas de juros para níveis historicamente baixos — a taxa de um ano caiu de 3,1% para 3,0%, marcando o primeiro corte desde outubro, enquanto a de cinco anos passou de 3,6% para 3,5%.

No cenário externo, a agenda de indicadores está esvaziada, com destaque apenas para o índice de confiança da Zona do Euro.

Nos EUA, os mercados acompanham declarações de sete membros do Federal Reserve, que devem reforçar o discurso de cautela na condução da política monetária.

Em Wall Street, os investidores aguardam o balanço da Home Depot, que será divulgado antes da abertura dos mercados, e os resultados da XP Investimentos, previstos para depois do fechamento.

No Brasil, o único dado relevante do dia é a divulgação da primeira prévia de maio do IGP-M. Os investidores também estão atentos às medidas fiscais que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu apresentar até quinta-feira.

As propostas serão entregues ao presidente Lula e devem compor o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.

Haddad explicou ainda que as medidas em discussão não envolvem aumento de gastos, mas sim ajustes pontuais para garantir o cumprimento da meta fiscal do próximo ano. A expectativa por esse conjunto de ações reacendeu, na semana passada, as preocupações do mercado com o risco fiscal.

Informações de bastidores indicam que o pacote incluirá iniciativas voltadas para a população de baixa renda, com o objetivo de recuperar a popularidade do presidente Lula.

O governo estaria preocupado com os efeitos do recente escândalo envolvendo o INSS, que pode ter prejudicado ainda mais sua imagem pública.

EUA

Os futuros das bolsas norte-americanas operam em território negativo nesta terça-feira (20), em meio a dúvidas crescentes entre os investidores sobre a sustentabilidade da recente valorização dos ativos.

Há um sentimento crescente de que o rali dos últimos dias pode ter ido além do que os fundamentos econômicos justificam, especialmente diante da continuidade dos desafios relacionados à inflação e às tensões comerciais globais.

O otimismo recente nos mercados foi alimentado por sinais de uma trégua nas disputas tarifárias entre EUA e China, após um acordo provisório entre os dois países para suspender tarifas temporariamente.

No entanto, o clima de euforia foi parcialmente contido por declarações cautelosas de membros do Federal Reserve. Dois dirigentes da autoridade monetária afirmaram ontem que ainda é cedo para discutir cortes de juros e que preferem aguardar mais clareza sobre o cenário econômico.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,13%

S&P 500 Futuro: -0,31%

Nasdaq Futuro: -0,42%

Bolsas asiáticas

Na Ásia, os mercados encerraram o pregão em alta, impulsionados pela decisão do Banco Central da China de reduzir suas taxas de empréstimo de referência.

A medida visa sustentar a atividade econômica diante da pressão causada pelas disputas comerciais. A taxa LPR de um ano foi cortada de 3,10% para 3,00%, e a de cinco anos passou de 3,60% para 3,50%.

Também na região, o Banco Central da Austrália reduziu sua taxa básica de juros para 3,85%, o menor patamar desde maio de 2023.

A decisão reflete a percepção de que as pressões inflacionárias no país estão perdendo força, o que abre espaço para uma política monetária mais branda.

Shanghai SE (China), +0,38%

Nikkei (Japão): +0,08%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,49%

Kospi (Coreia do Sul): -0,06%

ASX 200 (Austrália): +0,58%

Bolsas europeias

Na Europa, as bolsas operam com ganhos leves, tentando consolidar uma trajetória positiva após uma sessão morna na véspera.

Entre os destaques corporativos, a Vodafone reportou prejuízo de 411 milhões de euros no ano fiscal de 2025 e alertou que incertezas macroeconômicas e comerciais ainda podem pressionar seus resultados futuros.

STOXX 600: +0,39%

DAX (Alemanha): +0,14%

FTSE 100 (Reino Unido): +0,53%

CAC 40 (França): +0,20%

FTSE MIB (Itália): +0,37% 

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última segunda-feira (19) com alta de 0,32%, aos 139.636,41 pontos. O dólar comercial subiu 0,27%, a R$ 5,65.

Na sessão, os investidores repercutiram o downgrade (rebaixamento) da nota de crédito dos EUA pela Moody’s — apesar disso, a agência ainda recomenda a compra de ações do país. A classificação de risco dos EUA foi reduzida da nota máxima AAA para AA1.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 08h00 – FGV: Prévia do IGP-M

▪️ 11h00 – Zona do euro: Confiança do consumidor em maio (preliminar)

Eventos

▪️ Canadá: Reunião dos ministros das Finanças do G7

▪️ 09h30 – Lula participa de abertura oficial da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios

▪️ 10h00 – EUA: Thomas Barkin (Fed) discursa em evento

▪️ 10h00 – EUA: Raphael Bostic (Fed) fala

▪️ 10h30 – EUA: Susan Collins (Fed) discursa

▪️ 14h00 – EUA: Alberto Musalem (Fed) participa de evento

▪️ 18h00 – EUA: Adriana Kugler (Fed) discursa em cerimônia

▪️ 20h00 – EUA: Beth Hammack e Mary Daly falam

Balanços

▪️ Brasil/após o fechamento XP

▪️ EUA/antes da abertura: Home Depot