Dois anos após a perda bilionária com o colapso do Credit Suisse, o chefe do Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês) da Arábia Saudita afirmou que o fundo não investirá mais nos mercados financeiros da Suíça.
Os investidores do Oriente Médio foram duramente impactados pela decisão abrupta das autoridades suíças de ignorar o voto dos acionistas na operação de aquisição do Credit Suisse pelo UBS Group AG, realizada com forte desconto e apoio do governo suíço. À época, o Banco Nacional Saudita — cujo principal acionista é o PIF — detinha cerca de 10% de participação no Credit Suisse.
“Não vamos investir nos mercados financeiros da Suíça”, declarou Yasir Al-Rumayyan, governador do fundo saudita, segundo o Valor Econômico. As declarações foram feitas em um evento no último sábado (17). “Se você muda algo da noite para o dia e elimina todos os seus investidores, isso é um grande sinal de alerta.”
Al-Rumayyan fez os comentários durante uma conversa no palco com Noel Quinn, que recentemente assumiu a presidência do Julius Baer Group Ltd., sediado em Zurique. “Como presidente de um banco suíço há 10 dias, isso me preocupa”, respondeu Quinn.
Resgate do Credit Suisse em 2023
O acordo de resgate do Credit Suisse, realizado em 2023, foi fechado poucos dias após uma intensa onda de vendas das ações do banco, desencadeada pela fala do então presidente do Banco Nacional Saudita, Ammar Al Khudairy, que declarou que “absolutamente não” faria novos aportes no Credit Suisse.
A operação foi conduzida sem a aprovação dos acionistas tanto do Credit Suisse quanto do UBS, enquanto reguladores e legisladores corriam para conter uma crise de confiança que ameaçava contaminar os mercados financeiros globais.