
Os analistas do Morgan Stanley elevaram a recomendação das ações do Brasil de Equalweight para Overweight — equivalentes, respectivamente, à manutenção e à compra. Em relatório divulgado nesta terça-feira (20), o banco norte-americano apresentou uma visão otimista para os papéis de países da América Latina, com projeção de 2.800 pontos para o índice MSCI Latam até o fim de 2026 e um retorno aproximado de 23% em dólar.
A recomendação se baseia em fatores como a expectativa de mudança política, diante da queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e uma possível redução da Selic, a taxa básica de juros do país. Com a expectativa de juros mais baixos, o banco também projeta uma contração no preço do dólar frente ao real.
Ações em Destaque e Avaliação do mercado
Os analistas afirmam ter ampliado a exposição a ações dos setores financeiro, de petróleo, estatais, utilidades públicas e concessões, destacando papéis como Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3), Motiva (ex-CCR) (MOTV3), Nubank (ROXO34) e Eletrobras (ELET3).
Na avaliação da instituição, as ações brasileiras estão sendo negociadas a um múltiplo preço/lucro de cerca de 9 vezes, entregando aproximadamente US$ 90 bilhões em lucro anual — o que seria compatível com um cenário de recessão, e considerado inconsistente em comparação com outros mercados.
“Acreditamos que um calendário eleitoral pesado nos próximos 18 meses abre a oportunidade para o início de uma necessária mudança política, especialmente no âmbito fiscal”, disse o relatório, segundo o portal Investing.
Morgan Stanley recomenda comprar ações dos EUA após rebaixamento
Na avaliação de Michael Wilson, estrategista do Morgan Stanley, investidores devem aproveitar eventuais quedas nas ações dos EUA como oportunidade de compra, mesmo após o rebaixamento da nota de crédito do país na última sexta-feira (16). Segundo ele, a trégua comercial com a China reduz as chances de uma recessão, o que favorece o mercado acionário no médio prazo.
Wilson vê uma maior probabilidade de correção nos mercados após o corte de rating pela Moody’s Ratings, que elevou os rendimentos dos títulos de 10 anos acima do nível crítico de 4,5%. Ainda assim, “seríamos compradores de tal queda”, escreveu o estrategista em relatório, segundo o Valor.