A Agroforte, fintech que atua no agronegócio, levantou R$ 34 milhões para seu FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios). Com o novo aporte, o patrimônio líquido do fundo alcançou R$ 100 milhões.
De acordo com Carlos Mascarenhas, CFO da Agroforte, os recursos serão destinados à concessão de crédito para produtores rurais de pequeno e médio portes. A fintech já operacionalizou mais de 2.500 linhas de crédito, com tíquete médio de R$ 100 mil.
A emissão — estruturada e coordenada pela Bamboo DCM, casa independente especializada em crédito estruturado — foi a primeira da segunda série de cotas sêniores e mezanino do fundo, com prazo de três anos, conforme informou o Valor Econômico.
Fintechs se reinventam e preparam nova onda de crescimento em 2025
O setor de inovação financeira na América Latina continua sendo um dos mais dinâmicos e promissores do mercado de tecnologia, mesmo após um ano desafiador em 2024. Com aproximadamente 60% dos investimentos na região direcionados a esse segmento, a perspectiva para 2025 aponta para uma recuperação sustentada por tendências-chave, como a consolidação por fusões e aquisições (M&A) e o avanço de novas soluções voltadas ao público corporativo. No entanto, os desafios persistem, especialmente no que se refere à regulamentação e à volatilidade econômica.
O crescimento do Nubank exemplifica o potencial desse ecossistema. A instituição registrou um impressionante aumento de 87% no lucro líquido ajustado e expandiu sua base de clientes para mais de 114 milhões em três países, consolidando-se como uma plataforma financeira global. Esse avanço reflete a força das startups latino-americanas, mas também levanta questionamentos sobre os desafios enfrentados por empresas que buscam escalar suas operações em diferentes mercados.
No cenário global, a retração dos investimentos em soluções financeiras inovadoras não pode ser ignorada. O relatório da KPMG aponta que os aportes caíram de US$119,8 bilhões em 2023 para US$95,6 bilhões em 2024, atingindo o menor nível desde 2017. A América Latina acompanhou essa tendência, mas demonstrou resiliência. No Brasil, por exemplo, os investimentos no setor diminuíram de US$ 2,3 bilhões para US$1,4 bilhão, evidenciando a necessidade de adaptação e inovação por parte das empresas.