
A Argentina registrou um superávit comercial de US$ 204 milhões no mês de abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (20) pelo Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos). O valor ficou bem abaixo do pico de US$ 2,6 bilhões alcançado em maio do ano passado e representa o segundo pior resultado desde o início do governo de Javier Milei.
Esse foi o primeiro saldo comercial após a flexibilização dos controles cambiais, com a adoção do sistema de bandas anunciado em 11 de abril.
As exportações somaram US$ 6,66 bilhões, alta de 2,3% em relação a abril de 2024. Já as importações cresceram 37,3% na mesma base comparativa, atingindo US$ 6,46 bilhões.
Apesar da desaceleração, a balança comercial argentina acumula 17 meses consecutivos de superávit — um dos compromissos assumidos por Milei ao assumir a presidência.
Impacto da abertura comercial e valorização do dólar
As importações continuam em ritmo acelerado, com expansão superior a 35% pelo terceiro mês consecutivo, impulsionadas pela abertura comercial e pela valorização do dólar oficial, após a reformulação do regime cambial, conforme destacou o Valor Econômico.
O setor que mais importou em abril foi o de veículos de passageiros, com alta de 204,5%, seguido pelos segmentos de bens de consumo (+77,7%) e bens de capital (+73,4%).
Argentina: inflação desacelera mais do que o esperado em abril
A inflação da Argentina desacelerou para 2,8% em abril, uma contração maior do que o esperado, segundo dados da agência nacional de estatísticas INDEC, divulgados nesta quarta-feira (14). O dado surpreende, mesmo com a população ainda enfrentando custos elevados no país.
A taxa ficou abaixo da previsão dos analistas, de 3,1%, e marcou uma desaceleração em relação aos 3,7% registrados em março.
No acumulado de 12 meses até abril, a inflação ficou em 47,3%, recuando em relação à taxa de 55,9% do mês anterior e levemente abaixo da projeção de 47,7% feita por analistas consultados pela Reuters.