Após corte orçamentário

Santander vê chance real de governo cumprir meta fiscal de 2025

O banco Santander avaliou que a dependência de receitas extraordinárias continua, mas os números estão mais em linha com as expectativas

Foto: Pexels / Real
Foto: Pexels / Real

A meta fiscal estabelecida pelo governo federal para 2025 pode ser cumprida após a revisão orçamentária anunciada nesta quinta-feira (22), segundo o Santander.

O contingenciamento de R$ 31,1 bilhões veio acima das expectativas do mercado, cuja mediana era de R$ 10 bilhões, de acordo com o Money Times.

Apesar do limite de gastos ter crescido em R$ 12,4 bilhões, o esforço líquido seria de R$ 18,9 bilhões, valor próximo do limite superior estimado pelo próprio Santander.

Dessa forma, o banco vê que o cumprimento da meta de déficit primário este ano é viável, considerando ainda a margem de tolerância de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto).

“Do lado da receita, houve um déficit de R$ 42 bilhões em relação ao orçamento aprovado em abril. A lacuna em relação ao nosso cenário diminuiu para R$ 8 bilhões. Embora a dependência de receitas extraordinárias no segundo semestre permaneça, os números estão mais em linha com as expectativas”, disse o Santander.

O governo decidiu cortar R$ 26 bilhões em julgamentos do CARF e R$ 5 bilhões em transações tributárias. 

Já as concessões ferroviárias foram zeradas, mas houve compensação com alta de R$ 10 bilhões nos dividendos de estatais, principalmente BNDES e Caixa. 

O Poder Executivo ainda tem expectativas de adicionar cerca de R$ 20 bilhões com as concessões de petróleo.

Enquanto isso, do lado das despesas, houve um aumento de R$ 25,8 bilhões, com crescimento de R$ 36,4 bilhões em gastos obrigatórios e corte de R$ 10,6 bilhões nos discricionários. 

Por fim, espera-se que os gastos com o BPC cheguem a R$ 122 bilhões, com risco de alta. Além disso, o governo incluiu ainda um crédito extraordinário de R$ 4,5 bilhões para o Plano Safra.

Petrobras (PETR3): Santander retira ação de sua carteira recomendada

O mês de abril foi extremamente negativo para a Petrobras (PETR3;PETR4), que acabou sendo excluída da principal carteira recomendada do Santander, que reúne as cinco principais indicações mensais do banco.

O banco retirou as ações ordinárias da carteira Santander Valor para o mês de maio, mesmo mantendo a recomendação de compra.

A razão para a exclusão da Petrobras foi a mesma que levou ao momento negativo vivido pelos preços do petróleo, em razão do tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump, segundo o Money Times.

Os investidores se preocupam que as barreiras comerciais causem uma recessão ao mundo, o que tipicamente reduz a demanda pela commodity.

Com isso, os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) despencaram 21,48% em abril, enquanto os preferenciais (PETR4) tombaram 19,38%, duas das maiores quedas do Ibovespa no mês.

Outro destaque do Santander para a movimentação feita na carteira foi a intenção da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados) em aumentar a produção de petróleo nos próximos meses, elevando a oferta global da commodity.

Com isso, os preços do óleo devem seguir pressionados no curto prazo. “Assim, optamos por deslocar a exposição de commodities da carteira para companhias bond proxy (sensíveis a juros)”, explicou o Santander.