
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) recusou, por unanimidade, uma proposta de acordo no valor de R$ 1,75 milhão apresentada pela XP Investimentos, na terça-feira (20). A proposta visava encerrar um processo administrativo iniciado em 2020 que apura supostas irregularidades, incluindo práticas enganosas, uso indevido de marcas e falhas de fiscalização.
O pedido foi levado à comissão pelos diretores da XP Guilherme Benchimol, Gabriel Klas da Rocha Leal e Guilherme Sant’Anna, além da InvestSmart e seus sócios Samyr Castro, Marcel Navarra e Bruno Leonardo Siqueira da Hora.
A Procuradoria Federal Especializada junto à CVM avaliou que não havia impedimentos jurídicos para o acordo. No entanto, o Comitê de Termo de Compromisso (CTC) considerou a proposta inadequada, destacando a gravidade das condutas investigadas e a desistência anterior dos proponentes em duas ocasiões. As informações foram apuradas pelo portal Economic news Brasil.
A economia processual reduzida também foi citada como agravante, já que o inquérito administrativo está praticamente concluído e os valores financeiros propostos foram considerados abaixo do que seria adequado para uma resolução.
Rejeição do acordo e implicações
Segundo o colegiado do órgão, aceitar o acordo significaria abrir mão da responsabilização formal sem contrapartida adequada. Com a rejeição do acordo, o processo pode avançar para a fase de julgamento, onde as acusações serão formalmente analisadas e poderão resultar em sanções.
Para o mercado, a decisão da CVM envia um recado importante sobre a seriedade na apuração de condutas consideradas lesivas à integridade do sistema financeiro. A XP Investimentos, uma das maiores corretoras do país, ainda não comentou oficialmente a decisão.
XP aumenta participação no Grupo Primo com aporte de R$ 200 mi
A XP garantiu uma nova parcela de participação no Grupo Primo, fundado por Thiago Nigro. A informação foi apurada através de uma troca de e-mails interno da empresa do “Primo Rico” que foi enviada em dezembro de 2024. Lá, o sócio fundador comunica a venda de 17,3% da empresa por R$ 197,3 milhões.
A operação aumentou o valuation da companhia de Nigro para R$ 1,138 bilhão. O e-mail também informa que a venda ocorreu após o due diligence (pesquisa de processos e condutas de uma empresa) feita por parte da assessora de investimentos. A transação contou com o suporte da PwC e a Grant Thornton.