
As bolsas globais sobem no pré-mercado desta segunda-feira (26), mesmo com os feriados nos EUA e no Reino Unido. Os futuros de Nova York avançam após um gesto de moderação de Donald Trump: o presidente norte-americano decidiu adiar para 9 de julho a imposição da tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia, após uma conversa com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
A medida ameniza o estresse provocado na última sexta-feira, quando Trump ameaçou implementar a taxação já em 1º de junho.
A semana promete ser movimentada em termos de dados econômicos. No radar estão os PIBs do Brasil e dos EUA, além de indicadores inflacionários importantes, como o IPCA-15 e o PCE. A quarta-feira reserva ainda atenção especial ao balanço da Nvidia, gigante de tecnologia que virou referência no setor de inteligência artificial.
Por aqui, o mercado digere a recente controvérsia envolvendo o aumento do IOF, interpretado como tentativa de reforçar a arrecadação federal. A repercussão foi negativa e obrigou o Ministério da Fazenda a recuar rapidamente em parte da medida, especialmente nas mudanças que afetariam diretamente investidores pessoa física e fundos no exterior.
Apesar do recuo, o episódio gerou forte ruído e levantou questionamentos sobre a condução da política econômica.
A oposição em Brasília já compara o episódio a outras crises recentes, como a do Pix e a polêmica sobre o chamado “imposto das blusinhas”.
Desta vez, no entanto, o desgaste é considerado maior por parte dos agentes financeiros, pois afeta diretamente a credibilidade da equipe econômica.
O ministro Fernando Haddad, que reiteradamente garantiu que não haveria aumento de impostos, vê agora sua narrativa fiscal ser colocada em xeque.
Após esforços significativos para aprovar a reforma tributária e construir o novo arcabouço fiscal, a tentativa de lançar mão de uma medida interpretada como arrecadatória pegou mal no mercado — que agora questiona se o governo está disposto a arriscar estabilidade por soluções de curto prazo.
EUA
Os futuros das bolsas americanas sobem nesta segunda-feira (26), refletindo o alívio trazido pela decisão de Donald Trump de postergar para 9 de julho a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos vindos da União Europeia.
A medida representa uma reviravolta em relação à última sexta-feira, quando o ex-presidente dos EUA ameaçou, em publicação na Truth Social, impor imediatamente as tarifas a partir de 1º de junho. Na ocasião, ele criticou duramente o bloco europeu, classificando-o como “difícil de lidar” e afirmando que as conversas comerciais estavam travadas.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +1,13%
S&P 500 Futuro: +1,27%
Nasdaq Futuro: +1,42%
Bolsas asiáticas
Na Ásia, as bolsas encerraram o pregão sem direção única. Os investidores da região acompanharam com cautela os desdobramentos da política comercial norte-americana, ponderando os impactos do adiamento das tarifas.
Shanghai SE (China), -0,05%
Nikkei (Japão): +1,00%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,35%
Kospi (Coreia do Sul): +2,02%
ASX 200 (Austrália): 0,00%
Bolsas europeias
Na Europa, os principais índices avançam nesta manhã, embalados pela mesma notícia: o adiamento das sanções comerciais deu novo fôlego aos mercados, ainda que o dia registre menor volume de negócios por conta do feriado no Reino Unido, que limita a liquidez nas primeiras horas da última semana de maio.
STOXX 600: +0,99%
DAX (Alemanha): +1,68%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,24%
CAC 40 (França): +1,24%
FTSE MIB (Itália): +1,17%
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 08h25 – BC: Pesquisa Focus
▪️ 08h30 – BC: Nota do setor externo (transações correntes em abril)
▪️ 15h00 – MDIC: Balança semanal
Eventos
▪️ EUA: Feriado de memorial Day fecha mercados
▪️ Reino Unido: Feriado bancário
▪️ 09h30 – Guillen e Picchetti (BC) participam, em SP, de reunião trimestral com economistas
▪️ 10h20 – Alemanha: Lagarde (BCE) participa de evento
▪️ 15h00 – Lula se reúne com Haddad e Rui Costa