
Com a aprovação da venda de um grupo de projetos de usinas solares distribuídas (GD) para o Pátria Investimentos, a Raízen (RAIZ4) deu mais um passo em seu processo de reestruturação nesta segunda-feira (26).
No entanto, o negócio não animou o mercado, visto que as ações da empresa estão caindo 7,48% neste pregão, por volta das 15h57 (horário de Brasília). No ano, o papel apresenta queda de 8%.
O consentimento foi divulgado pela Superintendência Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em despacho no Diário Oficial da União.
A Raízen Energia fechou um negócio de venda dos ativos para uma empresa subsidiária controlada pelo Patria Infraestrutura Energia Core Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura (Patria Infra Core FIP).
A operação representa, para a Pátria Infra Core FIP, uma oportunidade de entrada no mercado de geração distribuída de energia elétrica do Brasil, conforme os autos do processo.
Seguindo seu processo de reestruturação, na semana retrasada, a Raízen já havia fechado a venda da usina de Leme para a Ferrari Agroindústria S.A e a Agromen Sementes Agrícolas Ltda por R$ 425 milhões.
Raízen (RAIZ4) atrai compradores para mais uma de suas usinas
A joint venture de energia renovável entre a Cosan (CSAN3) e a Shell, a Raízen (RAIZ4) começou a expandir sua lista de ativos à venda e já atraiu alguns interessados nas operações da Argentina, segundo apuração do Estadão.
O BTG Pactual estaria conduzindo a compra de uma refinaria da Raízen na Argentina, segundo o veículo. Enquanto o negócio também está sendo avaliado por empresas como a Trafigura e a Glencore.
As operações da empresa brasileira no país vizinho somam mais de mil postos de combustível, uma fábrica de lubrificantes, três terminais terrestres, duas bases de aeroportos e ativos de GLP (gás liquefeito de petróleo). Na lista está incluída ainda uma refinaria — avaliada em US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) em 2018 quando todos esses ativos foram adquiridos da Shell.
A Raízen ainda não se manifestou sobre o tema.
No momento, o caixa da Raízen tem sido pressionado pelo alto nível da dívida, sendo esse um dos principais problemas do Grupo Cosan,o que estaria motivando a estratégia de desinvestimento e venda de ativos da empresa conduzida pelo CEO Nelson Gomes, segundo o Seu Dinheiro.
A empresa fez altos investimentos em crescimento, após um período de juros baixos, o que resultou em sua complexa situação financeira atual.
No ano passado, a Raízen reportou um prejuízo líquido de R$ 2,57 bilhões, revertendo o lucro de R$ 793 milhões do ano anterior. Enquanto isso, o endividamento líquido cresceu 22,5% em um ano, alcançando R$ 38,59 bilhões.