O Barclays prevê que a ação da controladora Alphabet pode cair até 25% se o Google (GOOGL34) vender o navegador Chrome.
Essa possibilidade surge no contexto do processo antitruste nos Estados Unidos, que está na reta final de julgamento.
A medida mais drástica, porém possível, visa quebrar o suposto monopólio da empresa no mercado de buscas e publicidade online.
Google enfrenta processo antitruste e risco de desmembramento do Chrome
No ano passado, um juiz federal dos EUA determinou que a Alphabet opera um monopólio no mercado de buscas.
Agora, a Justiça deve definir quais medidas corretivas a empresa deve adotar para remediar essa situação.
Entre as opções, a venda do Google Chrome — que possui cerca de 4 bilhões de usuários ativos e responde por 35% da receita de buscas — seria a mais impactante para o mercado.
Segundo o Barclays, essa venda poderia reduzir o lucro por ação da Alphabet em mais de 30%.
Além disso, o preço das ações poderia cair entre 15% e 25%, pois os investidores ainda não precificaram essa possibilidade.
Notas do Barclays e possíveis impactos para o Google
Embora os analistas do Barclays considerem essa hipótese improvável, o juiz responsável pelo caso indicou que essa seria a medida mais eficaz entre as avaliadas.
Por isso, o impacto no mercado não pode ser ignorado.
Além disso, outras empresas de tecnologia, como a OpenAI, já manifestaram interesse em adquirir o navegador caso ele seja colocado à venda.
Além da venda do Chrome, o Barclays aponta outras medidas possíveis.
Uma delas é a obrigatoriedade de o Google licenciar seu índice de buscas para concorrentes, reduzindo a vantagem competitiva da empresa.
Outra alternativa é a descontinuação gradual dos contratos que permitem que terceiros direcionem tráfego para o Google, o que poderia impactar o lucro por ação em 10% a 20% e derrubar o preço das ações em 5% a 10%.
Processo antitruste e reação da Alphabet
O Departamento de Justiça dos EUA acusa o Google de “subverter a concorrência” por mais de 15 anos.
Por sua vez, a Alphabet anunciou que vai recorrer da decisão judicial.
A empresa critica a proposta de desmembramento do Chrome e do Android, argumentando que isso traria riscos à segurança cibernética e nacional, além de prejudicar seus negócios.