Abertura do mercado

Ibovespa abre em alta de olho na novela do IOF; dólar recua 

A valorização do Ibovespa reflete a expectativa de investidores em relação ao possível desfecho da discussão sobre o aumento do IOF

Foto: Freepik
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, a B3, iniciou o pregão desta terça-feira (4) em alta, impulsionado por expectativas em torno das medidas fiscais do governo e pela movimentação externa, após o novo ataque comercial de Donald Trump. O dólar, por sua vez, recua diante do cenário de maior apetite por risco.

Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o índice avançava 0,51%, aos 138.249 pontos.

Já o dólar comerical seguia o sentido contrário do Ibovespa, ao passo que reucava 0,23%, cotado a R$ 5,62.

O mercado brasileiro opera com otimismo nesta manhã, ainda que sob cautela. A valorização do Ibovespa reflete a expectativa de investidores em relação ao possível desfecho da discussão sobre o aumento do IOF.

O governo busca alternativas à medida que desagradou o setor produtivo e gerou reação no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu que as propostas estão sendo amadurecidas pelos técnicos da pasta e serão apresentadas aos líderes do Legislativo em reunião prevista para o fim de semana.

Haddad afirmou que há consenso entre Executivo e Legislativo para avançar com propostas mais ambiciosas, voltadas a equilibrar não apenas as contas de 2025, mas também os próximos anos. No entanto, permanece a dúvida sobre a disposição real do governo de enfrentar temas sensíveis como a indexação de aposentadorias ao salário mínimo e os pisos constitucionais de Saúde e Educação — considerados obstáculos estruturais para o ajuste fiscal.

Além disso, o ministro pretende colocar em pauta temas como os chamados supersalários no funcionalismo e as desonerações fiscais, que, segundo ele, somam cerca de R$ 800 bilhões e não trouxeram contrapartidas efetivas em geração de empregos. Lula, em fala recente, reforçou a crítica: “não renderam um só emprego”.

No cenário internacional, os mercados também reagem à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, que assinou um decreto após o fechamento dos mercados elevando de 25% para 50% as tarifas sobre o aço importado. A medida entra em vigor a partir de hoje e pode acirrar tensões comerciais, o que deve afetar o comportamento dos mercados globais ao longo do dia.

Outro ponto de atenção dos investidores é a divulgação do Livro Bege pelo Federal Reserve, um relatório que traz um panorama atualizado da economia americana e costuma influenciar as expectativas em relação à política monetária do país.

Ibovespa opera atento à bateria de indicadores globais

O Ibovespa inicia o pregão desta quarta-feira (4) com os olhos voltados para a estreia do PIX automático, marcada para as 9h30, em evento conduzido pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

A agenda econômica do dia está carregada, tanto no Brasil quanto no exterior, o que pode influenciar o desempenho dos mercados ao longo da sessão.

Pouco depois, às 10h, será divulgado o PMI de Serviços da S&P Global referente a maio. O índice veio em 48,9 no mês anterior, indicando contração da atividade no setor.

Às 14h30, o Banco Central publica os dados semanais do fluxo cambial e o Índice de Commodities (IC-Br) de maio, que ajudam a balizar a percepção do mercado sobre o cenário externo e seus impactos na economia brasileira.

Também está prevista para hoje a realização de dois leilões de linha cambial às 10h30, com o objetivo de rolar vencimentos de julho. O BC informou que o valor máximo aceito será de US$ 1 bilhão, distribuído entre as duas operações conforme o critério da própria instituição.

No exterior, investidores acompanham uma rodada de dados de atividade econômica, com destaque para o PMI composto de maio da S&P Global/HCOB na Alemanha, Zona do Euro e Reino Unido.

Nos EUA, o PMI de serviços do ISM será divulgado às 11h, com expectativa de alta para 52,2, acima dos 51,6 de abril.

Antes disso, a pesquisa ADP de emprego no setor privado dos EUA, que deve mostrar criação de 130 mil vagas em maio — mais que o dobro do número registrado no mês anterior.

Também nos EUA, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, discursa às 9h30, e, às 11h30, saem os dados dos estoques de petróleo do Departamento de Energia (DoE).

No Canadá, o Banco Central anuncia sua decisão de política monetária às 10h45, enquanto na China, o PMI/Caixin composto de maio será divulgado às 22h45, completando um dia repleto de eventos que podem trazer volatilidade aos mercados globais.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 04h55 – Alemanha: PMI/S&P Global composto de maio (final)

▪️ 05h00 – Zona do euro: PMI/S&P Global composto de maio (final)

▪️ 05h30 – Reino Unido: PMI/S&P Global composto de maio (final)

▪️ 09h15 – EUA: Relatório de emprego da ADP em maio

▪️ 10h40 – EUA: PMI/S&P Global composto de maio (final)

▪️ 11h00 – EUA: PMI/ISM de serviços em maio

▪️ 11h30 – EUA: Estoques de petróleo do DoE

▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal

▪️ 22h45 – China: PMI/S&P Global composto de maio (final)

Eventos

▪️ 15h00 – EUA: Fed divulga Livro Bege

▪️ 09h30 – Galípolo lança Pix Automático em SP

▪️ 09h30 – EUA: Raphael Bostic (Fed) faz discurso

▪️ 10h30 – BC realiza dois leilões de linha

▪️ 10h45 – Canadá: BC decide juro