As tarifas de 50% sobre produtos de aço e alumínio importados pelos EUA entraram em vigor na quarta-feira (5), gerando preocupação na indústria brasileira. O presidente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), Flávio Roscoe, alertou para os possíveis impactos negativos no setor siderúrgico nacional.
Segundo Roscoe, caso não seja acordada uma condição diferenciada para os produtos siderúrgicos brasileiros, boa parte do parque industrial será afetada. Para ele isso pode levar a danos significativos à indústria.
O presidente da Fiemg destacou que o setor já enfrenta desafios com a entrada de produtos chineses no mercado nacional. Na sua perspectiva, o atual cenário apresenta duas frentes de ataque para a indústria siderúrgica brasileira: a entrada de produtos asiáticos a preços abaixo do custo do mercado interno e a potencial perda do mercado de exportação para os EUA.
Além disso, Roscoe enfatizou, de acordo com a CNN, que a aposta do setor está em um acordo com os norte-americanos para evitar maiores problemas.
Caso as tarifas de 50% sejam mantidas, ele estima que diversas empresas terão que reduzir a produção ou buscar novos mercados — o que é considerado difícil no cenário atual.
Um caminho alternativo é focar na produção destinada ao mercado local, mas isso pode demandar maior proteção contra importações vistas como predatórias.
Os impactos, de acordo com o especiliasta, devem variar entre as companhias do setor. Algumas detêm operações nos EUA e, por isso, serão menos afetadas. Por outro lado, outras, especialmente as focadas na exportação de placas de aço, terão maior dificuldade.
Tarifas trazem possíveis soluções e oportunidades
Para ele, há duas possíveis soluções: a preferencial seria um acordo com o governo norte-americano; e a segunda, independente do acordo, seria uma proteção maior do mercado brasileiro neste momento em que o aço está sendo um dos maiores alvos da guerra comercial.
Por fim, o especialista destacou que, apesar dos desafios, a atual conjuntura pode abrir oportunidades em outros segmentos no território brasileiro.