Audiência

Haddad: 'não consigo enxergar proposta melhor para IR'

Segundo o ministro, “muita gente” foi a Brasília nesta semana para “falar o quão injusto é pagar Imposto de Renda”

Haddad / Brasil
Fernando Haddad / Foto: Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (11) que não consegue “enxergar” proposta melhor do que o projeto de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) enviado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Sinceramente, nós já encaminhamos [a proposta] há alguns meses. Recebemos muito material da sociedade civil, e quero dizer que não temos a pretensão de sermos donos da verdade, não temos falta de humildade em relação a temas complexos. Mas, até o presente momento, eu não consegui enxergar uma proposta que seja melhor que essa”, disse Haddad durante audiência sobre as medidas alternativas à elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Segundo o ministro, “muita gente” foi a Brasília nesta semana para “falar o quão injusto é pagar Imposto de Renda”. Ele destacou que brasileiros que ganham R$ 1 milhão ou mais por ano pagam, em média, uma alíquota efetiva de apenas 2,5% de IRPF. As informações são do Investing.

Haddad criticou o lobby de pessoas que possuem privilégios e defendeu a proposta do governo, que busca uma reforma com foco em justiça social. “Eu sei que, de domingo para cá, muita gente veio para Brasília conversar comigo e com vocês para falar do quão injusto é pagar Imposto de Renda”, reiterou. Para ele, há um desafio “dramático” na distribuição de renda no país.

Haddad: Projeto de Lei e isenção do IRPF

A audiência pública aconteceu na Câmara dos Deputados, onde o ministro foi convidado a responder perguntas sobre o projeto de lei 1.087 de 2025. O texto propõe elevar de R$ 3.036 para R$ 5.000 a faixa de isenção do IRPF.

A renúncia fiscal será compensada com o aumento da taxação sobre pessoas que recebem R$ 50 mil por mês. O governo também propôs a taxação de dividendos enviados ao exterior como parte do pacote de compensações.

Por fim, Haddad explicou ainda que ele próprio e os congressistas pagam atualmente uma alíquota efetiva entre 22% e 23% de IR. Contudo, a proposta em tramitação não os afetará. “Nem eu nem o Congresso reclamamos de pagar [o IR]. O Brasil precisa da arrecadação”, finalizou.