Valorização limitada

XP rebaixa WEG (WEGE3) para neutra e reduz projeções

A expectativa é que a situação comece a melhorar apenas a partir de 2027

A XP projeta um lucro da WEG de R$ 7,4 bilhões para 2026, valor 11% abaixo do consenso de mercado (Foto: Pixabay)
A XP projeta um lucro da WEG de R$ 7,4 bilhões para 2026, valor 11% abaixo do consenso de mercado (Foto: Pixabay)

A XP Investimentos rebaixou a recomendação das ações da WEG (WEGE3) de “compra” para “neutra”, reduzindo o preço-alvo dos papéis de R$62 para R$46. A decisão da XP foi motivada por sinais de desaceleração no crescimento da receita da WEG e pela avaliação de que os múltiplos da empresa seguem elevados.

No último pregão, as ações da companhia fecharam cotadas a R$42,39.

Embora reconheçam a resiliência do modelo de negócios da WEG, os analistas da XP avaliam que o atual valuation já reflete boa parte do potencial de valorização da empresa.

A XP estima que a WEG terá um lucro de R$7,4 bilhões em 2026, valor 11% abaixo das expectativas do mercado. Com esse resultado, o potencial de valorização das ações seria de apenas 9%, o que sustenta uma postura mais cautelosa por parte da corretora.

Em um dia de forte alta para o Ibovespa, que avança 1,61%, os papéis da WEG sobem de forma mais tímida, registrando alta de 0,44%.

Pressões econômicas afetam linhas industriais da WEG

De acordo com os analistas Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, o ambiente macroeconômico desafiador, com pressão sobre preços de commodities e menor disposição para investimentos industriais, tem impacto direto sobre as linhas mais cíclicas da WEG.


Apesar do bom desempenho do segmento de (Transmissão & Distribuição) T&D, a capacidade produtiva limitada prevista para 2025 e 2026 deve restringir os ganhos da companhia no curto prazo.

A expectativa é que a situação comece a melhorar apenas a partir de 2027

XP aponta benefício da dúvida pela trajetória positiva da WEG

 A XP ressalta que o histórico consistente da WEG em superar expectativas confere à empresa o chamado “benefício da dúvida”. Mesmo após dois trimestres com resultados aquém do esperado, esse retrospecto justifica a recomendação neutra, e não uma indicação de venda.


Apesar da postura mais cautelosa, os analistas ainda enxergam as ações da WEG como uma peça estratégica dentro de um portfólio, graças à sua resiliência e ao papel de proteção frente a riscos do cenário doméstico.

Entre os vetores que podem fortalecer a tese de investimento, a XP destaca a exposição da WEG a megatendências de longo prazo, a presença em mercados adjacentes promissores e a habilidade da companhia em alocar capital de forma eficiente.

Segundo os analistas, trata-se de uma das poucas empresas brasileiras cujos investimentos em expansão são bem recebidos pelo mercado, em vez de priorizar a distribuição de dividendos.