Na clássica animação da DreamWorks, um garoto viking chamado Soluço descobre que os dragões não são tão ferozes assim — e que, com jeitinho e muita paciência, é possível transformar o predador alado em um pet de estimação.
No Brasil, a história é parecida. Mas, em vez de dragão, temos um leão. E, diferente do Banguela, esse não cospe fogo — cospe impostos.
O nome dele? Receita Federal.
E se você acha que é só jogar uma carne pra distrair… bom, é melhor guardar seu contracheque.
Nas últimas semanas, o felino mais temido do país mostrou que não está apenas rugindo. Está em modo ataque.
O governo federal, acuado pela reação do mercado e do Congresso contra o aumento surreal do IOF, resolveu mostrar suas garras.
O kit “MP do terror”, um novo episódio:
- Alíquota de 5% de IR sobre LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), que hoje são isentas;
- Aumento da alíquota sobre apostas esportivas, de 12% para 18% sobre a receita líquida;
- Tributação de criptoativos, com regulamentação específica;
- Uniformização da alíquota do IR sobre aplicações financeiras em 17,5%;
- Equalização da CSLL para instituições financeiras, passando a variar entre 15% e 20%, com eliminação da alíquota reduzida de 9% para fintechs;
- Limpeza nas regras de compensação de créditos tributários e uma meta de corte de 10% em gastos tributários.
Quando a arrecadação não sobe, o roteiro do governo é sempre o mesmo — digno de um vilarejo viking em crise: em vez de entender o dragão, preferem sair tacando imposto como se fosse rede de captura.
Nada de reduzir despesas, enxugar ministérios ou cortar mordomias. Aqui, o ajuste fiscal não vem com inteligência e estratégia como o Soluço ensinou — vem com pancada, como se a única solução fosse gritar “ATAQUE!” pro Dragão da Receita.
Enquanto isso, o Orçamento da União cresce como se fosse o Banguela depois de descobrir o buffet de peixes à vontade: cargos, emendas, fundos partidários e gastos públicos inflando sem nenhum freio — como se ninguém quisesse ser o Soluço, só o Stoico.
Reduzir o tamanho da máquina? Jamais.
Se falta tinta na impressora do governo, a solução é simples: usar a chama do contribuinte pra alimentar a fornalha. É como se estivéssemos em um zoológico invertido: o leão anda solto, e a gente é que está na jaula.
Você vai lá, investe em LCI porque ouviu dizer que era isento… pimba, acabou a mamata.
Coloca em cripto achando que está fora do radar? Pimba 2, IR chegando.
Vai jogar um betzinho no sábado à noite pra ver se ganha o churrasco do domingo? Pimba 3, a Receita quer uma fatia do seu acerto no escanteio. Se bem que, nesse caso, eu quero mais é que você perca mesmo!
Mas calma. Nem tudo está perdido no reino da tributação.
Se no filme Como Treinar o Seu Dragão a resposta estava na observação e paciência, no mundo dos investimentos o segredo está na diversificação inteligente — e, claro, em driblar os dentes afiados do Dragão/Leão.
Dicas para domar a fera:
1. Ouro: o cofre que o Leão respeita
Quando a selva entra em chamas fiscais, o ouro vira o abrigo antiaéreo dos investidores.
É isento de IOF, não paga IR na compra e, se você vender abaixo de R$ 20 mil por mês, escapa ileso do IR também.
Ou seja: um metal precioso que brilha no escuro tributário.
Além disso, o ouro é lastro, é reserva de valor — é o tipo de ativo que, se o governo tentar morder, quebra o dente.
2. Escudo de imóveis
Investimentos imobiliários continuam sendo uma fortaleza contra variações de alíquotas e ataques-surpresa da Receita.
E não, não estamos falando de comprar à vista um apê na planta.
Mas sabe-se que, assim como o ouro, imóveis costumam se defender muito bem das intempéries do tempo — principalmente por unirem receita recorrente (aluguéis) com valorização patrimonial.
3. Consórcio, a sela ideal
Esqueça os juros abusivos do financiamento e o sufoco do crédito.
O consórcio imobiliário, quando bem estruturado, permite comprar ou construir sem pagar os juros absurdos impostos pelo Banco Central.
É planejado, flexível e, principalmente, barato. É a melhor solução para quem pensa em investir em imóveis, principalmente na planta!
Treinar o Leão, no Brasil, não é sobre carinho — é sobre inteligência.
Não dá pra domesticá-lo, mas dá pra andar ao lado sem virar almoço.
E se você quer aprender a investir melhor, com estratégia, disciplina e foco, talvez consiga o que muitos acham impossível: caminhar com o Leão. 🦁