A Lavoro, rede de revendas agrícolas, confirmou nessa quarta-feira (18) que está entrando em processo de recuperação extrajudicial. A empresa conseguiu firmar um acordo com fornecedores para reestruturar dívidas de insumos agrícolas.
De acordo com o AgroBiz, a renegociação envolve um passivo da ordem de R$ 2,5 bilhões. Os acordos foram protocolados na Justiça sob a forma de recuperação extrajudicial.
De acordo com o comunicado, empresas com Basf, FMC e UPL, que estão entre as principais credoras, já aderiram ao plano, que agora será avaliado pela Justiça de São Paulo. Ruy Cunha, CEO da Lavoro, disse ao AgFeed que a companhia já tem aprovação de um total entre 36% e 40% dos credores.
“A gente já optou por fazer o protocolo agora, porque o momento é importante para estabilizar a situação” disse Cunha. ” A gente tem convicção, com base nas conversas que estão cm andamento com os outros, que vamos chegar rapidamente aos 50%”.
O plano de recuperação apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo prevê, além da extensão dos prazos de pagamento, um modelo de financiamento de inventário com vigência plurianual.
Segundo a Lavoro, o objetivo é assegurar o fornecimento de produtos e mitigar riscos de interrupções na cadeia de suprimentos. Reconquistar a confiança dos credores também é parte do desafio. Dessa forma, Ruy Cunha informou que o desenho do plano buscou “garantir condições de fornecimento futuro, com uma condição onde o fornecedor se sinta confortável com alguma garantia colateral e que a companhia também se sinta confortável do ponto de vista de ter um certo volume que garanta a sustentabilidade da solução”.
A recuperação extrajudicial da Lavoro faz parte de um cenário maior, dos últimos dois anos, de dificuldades do mercado de insumos agrícolas. No ano passado, a concorrente AgroGalaxy também deu entrada em um pedido de recuperação extrajudicial.
AgroGalaxy: Justiça homologa plano de recuperação judicial
Depois de 8 meses, o plano de recuperação judicial da AgroGalaxy foi homologado pela Justiça de Goiás, que reconheceu a viabilidade da proposta para superação da crise financeira do grupo.
O conglomerado de 13 empresas acumula dívidas de R$ 4,6 bilhões. Apesar da juíza Alessandra Gontijo do Amaral, da 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, ter concedido a recuperação, ela rejeitou as cláusulas que tentavam proteger terceiros garantidores.
A AgroGalaxy, que já foi uma das maiores redes de revenda de insumos agrícolas do Brasil, pediu recuperação judicial em setembro de 2024. A empresa enfrentou uma crise séria que a levou a fechar metade das lojas, demitir 40% dos funcionários e deixar de operar em três Estados.