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MP de impostos: como se preparar para o IR com nova alíquota

MP de impostos muda regra do IR em 2026. Veja como investidores podem se organizar e evitar prejuízos na próxima declaração.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A MP de impostos, publicada pelo governo, estabelece mudanças relevantes para quem investe no mercado financeiro. A partir de 2026, entrará em vigor uma alíquota única de 17,5% sobre os rendimentos. 

Com isso, investidores pessoa física precisarão repensar estratégias e se organizar com antecedência para evitar perdas e erros na próxima declaração de Imposto de Renda.

MP de impostos altera regras e exige planejamento desde já

Atualmente, o sistema tributário oferece alíquotas regressivas, variando entre 15% (para aplicações de longo prazo) e 22,5% (curto prazo). No entanto, com a MP de impostos, essa diferenciação deixará de existir. 

Segundo Alexandra Tejkowski, contabilista e consultora tributária do Grupo MBW Advocacia, é fundamental avaliar os impactos da mudança antes de tomar decisões. “Quem tem ativos de longo prazo pode perder rentabilidade líquida se mantê-los até a nova regra”, alerta.

Debate sobre antecipar vendas ou manter posições

Muitos investidores já cogitam antecipar resgates para aproveitar as alíquotas atuais. No entanto, Alexandra destaca que cada caso exige análise personalizada.

“O investidor deve pesar o benefício fiscal imediato contra possíveis perdas em liquidez, rendimento ou estratégia de carteira”, orienta. Portanto, antecipar nem sempre será a melhor saída.

Importância do planejamento tributário

Com a MP em vigor, o planejamento tributário ganha mais relevância. Avaliar o tempo restante das aplicações, os efeitos sobre a carteira e os riscos envolvidos será essencial. 

Além disso, considerar cenários de mercado e as características dos produtos ajuda a tomar decisões mais embasadas.

MP de impostos e créditos de IR: compensações não serão automáticas

Outra dúvida recorrente é sobre o uso de créditos de Imposto de Renda. De acordo com a consultora, os créditos existentes seguirão as regras antigas e não compensarão automaticamente a nova tributação. 

No entanto, a MP de impostos prevê que, a partir de 2026, perdas não compensadas poderão ser abatidas de outros rendimentos de aplicações financeiras — respeitando as novas regras.

Para quem possui investimentos incentivados — como LCI, LCA e CRI — emitidos antes de 2026, a isenção permanece. 

Ainda assim, a organização documental continua sendo crucial. “É necessário declarar corretamente esses ativos em ‘Bens e Direitos’ e os rendimentos em ‘Isentos e Não Tributáveis’”, ressalta Alexandra.

MP de impostos exige organização para evitar erros na próxima declaração

Com um cenário tributário em transição, a organização se torna o melhor escudo. Para Alexandra, a falta de cuidado com informes e extratos pode gerar erros e complicações. 

A recomendação é clara: reúna os documentos com antecedência, confira os dados e mantenha cópias digitalizadas. Isso evitará dores de cabeça em 2026.