O banco holandês Rabobank aponta que a demanda mundial de café irá cair em 0,5% ainda este ano. O principal motivo será o aumento no preço da bebida.
No texto do relatório trimestral do banco divulgado nesta terça-feira (23), o Rabobank explica que as empresas de café ainda estão repassando para os consumidores os custos mais elevados para repor o estoque.
“A demanda está claramente enfraquecida em grandes mercados como o Brasil e a Alemanha”, disse o relatório. O texto também ressaltou que as importações líquidas globais de café caíram 7% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o quarto trimestre do ano passado. As importações caíram 1,9% no primeiro trimestre, fazendo a comparação anual.
A projeção é que a produção de café mundial aumente para 171,1 milhões de sacas de 60 kg na temporada 2025/26, iniciada em outubro. Na temporada anterior foram 169,7 milhões de sacas, disse o Investing.com, baseado na Reuters.
A partir daí, com uma produção maior e uma demanda mais lenta, o Rabobank prevê que a oferta mundial do café irá passar de um pequeno déficit de 900.000 sacas em 2024/25 para um superávit de 1,4 milhão de sacas em 2025/26.
“Os aumentos reprimidos dos preços de varejo continuam a ocorrer, apesar da recente queda dos preços do café verde em relação aos picos históricos”, afirmou relatório do Agri Commodity Markets Research do banco.
O potencial de melhora da oferta irá se intensificar na temporada 2026/27, já que o desenvolvimento dos cafezais do Brasil, maior produtor de café do mundo, parece positivo, disse o banco.
Café arábica sobe com perspectiva de clima mais frio no Brasil
As previsões de temperaturas mais baixas no Brasil impulsionaram os contratos futuros do café arábica na ICE nesta segunda-feira (23). Os preços do robusta estão se recuperando de uma mínima de um ano.
O aumento nos contratos futuros do arábica foram de R$ 0,11, cerca de 3,7%, cotado a US$3,26 por libra-peso, disse a Reuters, através do Investing.com
“Um declínio acentuado na temperatura é esperado nos próximos dois dias no sul do Brasil, representando o risco de geada no Paraná e áreas vizinhas”, disse o analista meteorológico da LSEG Marcin Gorski em nota.