EUA e China oficializaram um acordo comercial que confirma os termos de uma trégua negociada em Londres neste mês, segundo comunicados divulgados nesta sexta-feira (27).
O acordo estabelece uma suspensão mútua de tarifas por 90 dias, a revisão de controles sobre exportações e o alívio de restrições impostas por Washington a Pequim.
O anúncio foi feito após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que havia acabado de assinar com a China em um evento na Casa Branca na quinta-feira (26).
Um porta-voz da Casa Branca confirmou que os países “chegaram a um entendimento adicional para implementar o acordo de Genebra”, firmado em maio.
Segundo o Ministério do Comércio da China, os dois países confirmaram os detalhes da estrutura do acordo. Como parte do entendimento, Pequim começará a avaliar e aprovar pedidos de exportação de itens sob controle, respeitando sua legislação.
Em troca, os Estados Unidos se comprometeram a revogar diversas medidas restritivas aplicadas contra a China, sem especificar quais.
EUA e China ajustam termos para aliviar pressões comerciais
As negociações em Londres resultaram na formalização do que já havia sido acertado previamente de forma não documentada. Segundo o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o acordo foi assinado e selado há dois dias.
O pacto retoma os termos acordados em Genebra, anteriormente comprometidos por divergências envolvendo as exportações chinesas de terras raras e os novos controles impostos pelos EUA sobre tecnologia e vistos para estudantes chineses.
Apesar do avanço, analistas alertam para a falta de transparência quanto às restrições que, de fato, serão suspensas. “É importante conter expectativas”, disse Alfredo Montufar-Helu, do The Conference Board.
O anúncio ocorre em meio ao esforço do governo Trump para firmar acordos comerciais com vários parceiros antes de 9 de julho, data a partir da qual tarifas “recíprocas” de até 50% poderão voltar a valer.
Até agora, apenas o Reino Unido fechou um acordo com os EUA.
No caso da China, as tarifas foram provisoriamente reduzidas para 10%, mas ainda há sobretaxas de 20% sobre todos os produtos chineses, por causa da disputa envolvendo o fentanil.