IGP-M

Inflação do aluguel cai mais que o esperado em junho

Índices de preços registram quedas em matérias-primas e desaceleração da inflação ao consumidor, enquanto custos da construção aceleram

(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

De acordo com o comunicado divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta sexta-feira (27), o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) caiu mais do que o esperado no mês de junho, a 1,67%, após registrar queda de 0,49% no mês anterior.

Com esse resultado, o índice acumula uma queda de -0,94% no ano e alta de 4,39% nos últimos 12 meses.

Em junho de 2024, a inflação do aluguel registrou alta de 0,81% no mês, acumulando uma alta de 2,45% em 12 meses.

“A queda acentuada do IPA foi influenciada, principalmente, pelos produtos agropecuários, com recuo em 21 dos 27 itens que compõem o grupo. No varejo, os preços ao consumidor também refletiram a queda mais disseminada dos alimentos, sobretudo dos itens in natura. De modo geral, o avanço das safras tem alimentado expectativas de maior oferta, pressionando os preços para baixo tanto ao produtor quanto no varejo”, afirma Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

IGP-M: Inflação do aluguel

O IGP-M é amplamente utilizado como referência para o reajuste de contratos de aluguel em todo o país, além de servir de parâmetro para tarifas públicas e planos de saúde.

O indicador é composto pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional de Custo da Construção.

O IPA registrou queda de 2,53%

Em junho, o IPA caiu 2,53%, aprofundando a trajetória de baixa iniciada em maio, quando havia recuado 0,82%.

Na análise por estágios de processamento, o grupo de Bens Finais passou de alta de 0,61% em maio para uma queda de 0,54% em junho.

Já o índice de Bens Finais (ex)-que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo recuou de 0,79% para -0,10%.

O grupo de Bens Intermediários registrou queda de 1,30%, após recuar 0,33% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (ex), que desconsidera combustíveis e lubrificantes para a produção, passou de alta de 0,19% para baixa de 1,25%.

A maior pressão veio do estágio das Matérias-Primas Brutas, cuja taxa passou de -2,06% em maio para -4,68% em junho.

IPC desacelera para 0,22% em junho


O IPC subiu 0,22% em junho, desacelerando frente ao avanço de 0,37% em maio.

Das oito classes de despesa que compõem o indicador, seis registraram recuo nas taxas de variação:

  • Alimentação (de 0,46% para -0,19%)
  • Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,79% para 0,24%)
  • Despesas Diversas (de 0,82% para 0,06%)
  • Transportes (de 0,09% para 0,06%)
  • Habitação (de 0,71% para 0,67%)
  • Vestuário (de 0,47% para 0,43%)

Em contrapartida, Educação, Leitura e Recreação (de -0,60% para 0,39%) e Comunicação (de -0,58% para 0,19%) apresentaram avanço nas taxas.

INCC acelera para 0,96% com alta da mão de obra


O INCC subiu 0,96% em junho, ante alta de 0,26% em maio.

Os três componentes do índice aceleraram no mês:

  • Materiais e Equipamentos, de -0,12% para 0,06%
  • Serviços, de 0,40% para 0,74%
  • Mão de Obra, com maior impacto, de 0,72% para 2,12%